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Cabo do Exército é o 1º morto da Força de Pacificação da Maré, no Rio

Do UOL, no Rio

28/11/2014 21h39Atualizada em 01/12/2014 17h43

Um cabo do Exército Brasileiro morreu após ser baleado durante um patrulhamento na Vila dos Pinheiros, no complexo de favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, na tarde desta sexta-feira (28). Esta foi a primeira morte de um membro da Força de Pacificação que ocupa a região desde o fim de março deste ano.

Os militares que patrulhavam a área foram recebidos às 13h40 por tiros realizados por suspeitos de envolvimento com facções criminais. Em um vídeo que circula nas redes sociais, Michel Augusto Mikami, 21, aparece sendo socorrido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Maré, que fica na Vila do João. Em seguida, ele foi levado ao Hospital Central do Exército, mas não resistiu ao ferimento.

Em nota oficial divulgada nesta noite, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, lamentou a morte do militar do Exército e "reafirmou que o Governo do Estado seguirá firme no processo de pacificação daquela comunidade", em parceria com o governo federal e a Força de Pacificação.

"Minha solidariedade à família do militar, que perdeu a vida na defesa da paz. Vamos perseguir até o fim a pacificação na Maré e em outas comunidades do Rio. Nada nos fará recuar", declarou o governador.

O cabo servia no 28º Batalhão de Infantaria Leve, localizado em Campinas (SP). Em nota, o Exército Brasileiro informou que "se solidariza com a perda" e que "está prestando todo o apoio necessário aos familiares da vítima".

A Força de Pacificação, por sua vez, afirmou que, "a despeito dos fatos, continuará no cumprimento de sua missão, a fim de contribuir para o restabelecimento da paz social no Complexo da Maré".

Ocupação

O Complexo da Maré foi ocupado por 3.000 homens da Marinha, do Exército, da Polícia Militar e da Polícia Civil, que estão sob comando do Exército, com o objetivo de preparar o local para a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Os confrontos entre facções rivais na região, no entanto, têm sido frequentes. No mês passado, o UOL foi até o complexo e observou o patrulhamento militar, que inclui tanques de guerra, trincheiras e fuzis de grosso calibre. Porém, a cada cem metros percorridos, foi necessário pedir autorização aos gerentes das bocas de fumo para prosseguir.