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Família de motorista que atropelou e matou ciclista no DF pede perdão

O ciclista Fabrício Torres morreu após ser atropelado e passar por uma cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro - Reprodução/Facebook
O ciclista Fabrício Torres morreu após ser atropelado e passar por uma cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro Imagem: Reprodução/Facebook

Jéssica Nascimento

Do UOL, em Brasília

06/04/2015 11h10

A família do psicólogo Rafael Balaniuk, 25, que atropelou e matou o ciclista Fabrício Torres, 35, na última sexta-feira (3) em Brasília, divulgou uma carta aberta no domingo (5) aos parentes da vítima, com um pedido de perdão e um apelo para que os jovens não dirijam após ingerir bebidas alcoólicas. O motorista foi preso no dia do acidente, mas no sábado (4) foi liberado após pagar fiança de R$ 15 mil.

De acordo com o DER (Departamento de Estrada de Rodagem), o teste do bafômetro de Balaniuk acusou 0,79 mg de álcool por litro de ar expelido --mais que o dobro do que a lei determina para considerar se um motorista cometeu crime, 0,3 mg/l. Ele ainda tentou fugir do local do acidente.

"Queremos primeiramente pedir perdão à família do sr. Fabrício pela imensa dor causada. Depois da decisão erradíssima de dirigir após beber, o Rafael atropelou o sr. Fabrício. Já entramos em contato com a família da vítima e estamos disponíveis para dar todo apoio necessário nessa hora trágica”, diz um dos trechos da carta. “Finalmente, gostaríamos de fazer um apelo a todos os jovens que acham que essa tragédia só acontece com os outros. Ao dirigir depois de beber, você pode destruir a vida de uma família inocente, destruir a vida da sua família e destruir a própria vida."

Torres era vigilante e pai de duas filhas, uma de dez meses de idade e outra de sete anos. Ele morava com a mulher, Vanessa de Oliveira, 31, e sustentava a casa. O atropelamento aconteceu por volta das 7h, quando o ciclista havia saído de casa, na Vila Planalto, e seguia para o trabalho, no Lago Norte.  Ele morreu na tarde de sábado em uma unidade particular de saúde, após passar por uma cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro.

Segundo a cunhada da vítima Lussandra Santos, 40, Torres utilizava a bicicleta diariamente como meio de transporte. "O sonho dele era comprar um carro e uma casa própria. Nossa família está desolada e não sabemos como agir. Era ele que sustentava a mulher e filhas", conta.

Lussandra ainda não leu a carta escrita pela família de Rafael, mas segundo ela, já o perdoou. "Somos todos cristãos. O Rafael errou e tem que pagar, deveria ser preso e não apenas pagar fiança. Dinheiro nenhum vai trazer o Fabrício de volta, a dor é imensurável", disse.