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Rebelião em presídio de MG termina com dois mortos e cem rebelados rendidos

Cinco presos foram jogados de telhado de um dos pavilhões por outros detentos - Polícia Militar/Divulgação
Cinco presos foram jogados de telhado de um dos pavilhões por outros detentos Imagem: Polícia Militar/Divulgação

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

07/06/2015 10h12

A rebelião que começou na manhã de sábado (6) no presídio de governador Valadares (311 km de Belo Horizonte) terminou com a morte de dois detentos e em cem rebelados que se renderam e serão transferidos da unidade prisional. O motim se encerrou no início da manhã deste domingo (7).

Conforme o governo estadual, os corpos das vítimas foram encontrados fora da carceragem, no perímetro interno do presídio. Integrantes de forças de segurança do Estado foram ao local para fazer uma varredura no interior do presídio.

A Secretaria de Estado de Defesa Social informou que algumas celas foram encontradas com avarias nas portas e a parte estrutural do presídio não foi afetada durante a rebelião. “Portanto, uma reforma da unidade para que volte a ter a capacidade original de custódia de presos não será de grande custo financeiro nem demandará prazo longo”, trouxe nota emitida pelo governo.

Por volta das 7h, os presos começaram a se render, quando foram algemados para transferência. Um helicóptero partiu de Belo Horizonte com destino a Governador Valadares transportando o secretário de estado de Defesa Social, Bernardo Santana, e o subsecretário de Administração Prisional, Antônio Júnior.

O presídio havia sido cercado, desde o início da rebelião, por homens da Polícia Militar e de grupo de segurança da própria unidade prisional. Familiares dos detentos foram feitos reféns durante o horário de visitação.  

Presos jogados do telhado

No sábado (6), cinco presos foram jogados de telhado de um dos pavilhões por outros detentos. As vítimas estavam presas em uma cela de isolamento conhecida como “seguro”.

Os feridos foram resgatados e levados para um hospital da região, mas o estado de saúde não é grave, segundo a secretaria. Ontem, 20 presos já haviam se rendido. 

A rebelião

A rebelião começou com os os presos dos blocos B e D quebrando grades das celas e fazendo visitantes reféns. "A situação evoluiu para uma rebelião com a tomada de outros quatro pavilhões da área administrativa que estão sendo destruídos pelos presos", dizia a nota enviada ao UOL.

A direção do presídio teria conseguido retirar a tempo todas as armas existentes, segundo a secretaria. Os rebelados exigiram a presença do juiz da Vara de Execuções de Governador Valadares, Tiago Counago Cabral. O magistrado esteve na unidade e prometeu analisar a situação penal dos detentos caso eles interrompessem os atos de vandalismo.

Nesse meio tempo, os presos concordaram com a entrada de homens do Corpo de Bombeiros para apagar focos de incêndio dentro do presídio e passaram a liberar, gradativamente, alguns visitantes que eram mantidos reféns. Não há relato de feridos entre eles.

A Seds informou que não há agentes penitenciários entre as pessoas que estavam em poder dos rebelados.