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Situação social melhora no Brasil, mas patina no Norte e Nordeste, diz Ipea

Joel Silva/Folhapress
Imagem: Joel Silva/Folhapress

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

01/09/2015 12h06

O Brasil reduziu em 1.629 municípios a lista de cidades em alta ou muito alta vulnerabilidade social entre os anos 2000 e 2010, segundo Atlas divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) é composto por 16 indicadores divididos em três pontos: infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho.

O avanço nos índices, porém, revela desigualdades regionais marcantes. Dos 1.981 municípios que em 2010 estavam em condição de alta ou muito alta vulnerabilidade, 95% estavam no Norte ou no Nordeste.

“Há a permanência de um quadro de disparidades regionais, com a concentração de municípios na faixa da muito alta vulnerabilidade social na região Norte, nos Estados do Acre, do Amazonas, do Pará, do Amapá e de Rondônia; e no Nordeste, especialmente nos Estados do Maranhão, de Alagoas e de Pernambuco, além de algumas porções do território da Bahia”, aponta o Ipea.

Em Alagoas, por exemplo, 96% dos municípios estão nessa condição (98 dos 102 municípios). Para efeito de comparação, toda a região Sudeste possui 30 municípios em alta e muito alta vulnerabilidade, e a Sul, apenas um.

Entre as cidades de baixo IVS no Nordeste estão quatro capitais: Teresina, Natal, João Pessoa e Aracaju.

Melhores estão no Sul

Já do outro lado da tabela, a situação se inverte completamente. Dos 627 municípios com vulnerabilidade muito baixa, apenas Fernando de Noronha (PE) representa Norte e Nordeste. “Predominam nesta faixa os municípios da região Sul, que correspondem a 54,4% do total de municípios com IVS muito baixo”, diz o estudo.

A cidade com maior índice de vulnerabilidade social do país é Fernando Falcão (MA), com índice de 0,784 –a média nacional é 0,326. O melhor IVS é Luzerna (SC): 0,090. No caso do índice, quanto menor, melhor a situação.

A conclusão do Atlas é que o índice "evidencia a existência de um país polarizado, com realidades, necessidades e prioridades distintas, que devem ser mais profundamente investigadas a fim de superar as, ainda existentes, desigualdades regionais".

Avanços na década

O levantamento do Ipea aponta que a proporção de municípios nas faixas mais baixas da vulnerabilidade social aumentou de 11,5% para 41,8%. Na outra ponta, as faixas de maior vulnerabilidade sofreram redução, passando de 64,8% para 35,6%.

“Em 2000, o Brasil apresentava IVS igual a 0,446. Este valor indica que o país se encontrava na faixa da alta vulnerabilidade social. Passados dez anos, a vulnerabilidade social é reduzida a 0,326, trazendo o país para a faixa do médio IVS, num avanço equivalente a 27% em direção a níveis mais baixos de vulnerabilidade social”, aponta o estudo.