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Usar as Forças Armadas em presídios é uma 'ousadia', diz Temer

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

18/01/2017 12h21Atualizada em 18/01/2017 12h56

O presidente da República, Michel Temer, disse nesta quarta-feira (18) que o uso das Forças Armadas para a vistoria de presídios estaduais no país é "uma ousadia". “Mas é uma ousadia que o Brasil necessita e que dá certo. Essa é a grande realidade." Temer também afirmou que as "Forças Armadas se dispuseram" a fazer o trabalho de varredura no sistema penitenciário.

O emprego das Forças Armadas para "garantia da lei e da ordem" nas penitenciárias foi determinado, pelo prazo de doze meses, em decreto de Temer, publicado na edição desta quarta do DOU (Diário Oficial da União).

"Porque elas [Forças Armadas] têm uma grande credibilidade, em primeiro lugar. Em segundo lugar, uma grande autoridade. Não terão, evidentemente, contato com os presos, mas terão, isto sim, a possibilidade da inspeção em todos os presídios brasileiros", disse o presidente, que, depois de qualificar a primeira das matanças em penitenciárias como "acidente pavoroso", falou do "drama infernal que ocorre hoje nas penitenciárias do país."

"E nós estamos sendo ousados, convenhamos. Fala-se muito em coragem, mas eu dou um passo adiante. Eu acho que, além da coragem, é preciso uma certa ousadia. E nós ousamos. Quando nós fazemos essas propostas [de reforma do ensino, Previdência, Tributária, e outras, nós estamos ousando."

Mais cedo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que, inicialmente, mil agentes das Forças Armadas vão atuar na varredura de presídios estaduais do país. Para que os militares entrem em ação, porém, é necessário que cada Estado faça o pedido de ajuda formalmente. Temer disse que "houve um diálogo muito produtivo com o setor de Defesa, com as Forças Armadas."

O ministro informou também que o "orçamento mínimo" para o projeto é de R$ 10 milhões, mas que esse valor pode variar conforme a demanda dos Estados.

O início do ano tem sido marcado por mortes em presídios do país. Massacres foram registrados no Amazonas (64 detentos mortos), em Roraima (33) e no Rio Grande do Norte (26).