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Após ser hostilizado em SP, Temer diz não se incomodar e fala em liberar recursos

Temer compareceu ao local do desabamento de prédio, em SP, mas foi vaiado - Valentin de Souza/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Temer compareceu ao local do desabamento de prédio, em SP, mas foi vaiado Imagem: Valentin de Souza/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

02/05/2018 13h50Atualizada em 02/05/2018 15h55

O presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quarta-feira (2) não se incomodar com a hostilidade sofrida ao visitar o local do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo. Ele também afirmou que o governo federal deve liberar recursos para ações em decorrência da tragédia.

O edifício desabou após um incêndio na madrugada de terça (1º). Pelo menos 169 famílias ficaram desabrigadas. Uma linha de investigação com que a Polícia Civil trabalha é de que a explosão de um botijão de gás ou de uma panela de pressão tenha dado início ao fogo.

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Temer foi alvo de protesto de integrantes de movimentos sociais ao visitar o local do prédio na terça. Ele teve de ir embora às pressas no carro oficial em função de atos hostis de manifestantes e sob gritos de protesto.

"Nós queremos casas!", “vagabundo”, “pilantra”, gritava a multidão. Pessoas chegaram a lançar objetos em direção ao presidente e seguranças tiveram de levantar uma pasta como barreira no ar.

Nesta quarta, Temer voltou a repetir que não poderia deixar de verificar a situação in loco.

“Sabe o que acontece? Eu não me incomodo com isso. O importante era o gesto de autoridade, porque você é um presidente da República num caso como esse, convenhamos, uma tragédia das mais dramáticas e com gente naturalmente muito carente, muito pobre. Eu estando em São Paulo e não comparecer lá seria objeto de críticas. Você me estaria fazendo a pergunta ao reverso. Eu sabia que indo lá teria alguma hostilidade, mas não me incomodei”, afirmou.

“Fui lá, fiz declarações à imprensa, já havia falado com o ministro da Integração Nacional [Antônio de Pádua], havia já ligado para o Ministério das Cidades. Enfim, coloquei-os todos nessa questão. Portanto, não há problema nenhum. O mau seria eu não revelar a autoridade de presidente temeroso de uma ou outra hostilidade, que sempre é negativa. Sempre é negativa, não é útil. Acho que o país precisa tomar critérios de educação cívica, mas eu não me incomodei minimamente com isso”, complementou.

Ainda nesta quarta, Temer disse que o governo deve liberar recursos para ações em razão do acidente, mas não especificou quanto nem para quem ou o quê. Segundo ele, esses detalhes serão definidos pelo Ministério da Integração Nacional, que acompanha o caso mais de perto.

"Vamos ver. Se for necessário, liberaremos [recursos]. Certamente, será necessário", disse, ao ser questionado sobre o assunto. “A ordem é o que for preciso, vamos fazer.”

Procurado pelo UOL, o Ministério da Integração Nacional informou que está em contato com o governo do estado e a prefeitura de São Paulo para que relatem a ajuda necessária da pasta. Segundo o ministério, nenhum pedido foi feito até o momento.

Os recursos serão liberados de acordo com a demanda do auxílio, informou. Em um primeiro momento, este deve se concentrar na assistência às famílias afetadas com o fornecimento de água, cobertor e kits de primeiros socorros.

As declarações foram dadas no Palácio Itamaraty, em Brasília, onde almoçou com o presidente do Suriname, Desiré Delano Bouterse. Este faz visita oficial de Estado ao Brasil nesta quarta. Mais cedo, Temer recebeu Bouterse para reunião no Palácio do Planalto.

Temer é hostilizado no local do desabamento de prédio em SP

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