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ONU suspende monitoramento na Síria por escalada na violência

Do UOL

Em São Paulo

16/06/2012 09h47

Os observadores da ONU (Organização das Nações Unidas) na Síria decidiram suspender sua missão no país devido à "intensificação da violência", informou neste sábado (16) o chefe da operação, o general norueguês Robert Mood. 

"Devido à intensificação da violência armada nestes dez dias (...) e aos riscos, a missão de observadores da ONU (UNSMIS) suspende suas atividades. Os observadores deixarão de patrulhar até nova ordem e os contatos com as partes serão limitados", afirmou o comunicado do general Mood.

"A ausência de vontade das duas partes (governo e rebeldes) para chegar a uma transição pacífica aumentam as perdas", completou. "Civis inocentes, homens, mulheres e crianças morreram todos os dias. Isso aumenta também os riscos dos observadores. Esta suspensão das atividades da ONU será reavaliada cotidianamente. As atividades serão retomadas quando a situação permitir", concluiu.

Soldados que faziam a escolta dos observadores internacionais enviados pela ONU à Síria foram alvo de uma explosão na quarta-feira (13), em Deraa, ao sul do país, um dos redutos da oposição de Assad.

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Eles estavam em um veículo militar quando houve uma explosão, provavelmente devido a uma bomba plantada na rua. Seis soldados ficaram feridos. O porta-voz do Exército Livre da Síria, coronel Qasem Saadedin, disse que a explosão não atingiu nenhum dos observadores.

O carro com os soldados seguia o comboio com os enviados da ONU à Síria, que havia passado pelo local da explosão havia poucos minutos e levava, entre outros, o general Mood. 

A Síria está sob conflitos há 15 meses e aA missão da ONU, proposta pelo mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, foi mobilizada no último mês de abril.

Com um balanço estimado em 13 mil mortos e dezenas de milhares de torturados em prisões, desde março de 2011, o que se percebe é o afundamento do país em uma "guerra civil" – termo usado por uma autoridade francesa na ONU e repetida pelo ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.  

Lista

Na terça-feira (12), a ONU colocou as forças governamentais sírias e a milícia denominada shabiha em uma lista de 52 governos e grupos armados que recrutam, matam e atacam sexualmente crianças em conflitos armados.

O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, disse que a conclusão do relatório mostra um “número inaceitavelmente elevado e crescente” de abusadores de crianças a longo prazo. Ele se disse preocupado com o agravamento da crise na região que provocou mais de 14 mil mortes, segundo organizações não governamentais.

O documento mostra ainda que as Nações Unidas receberam relatórios que indicam “graves violações” contra crianças na Síria. Também há informações de que crianças com nove anos tenham sido vítimas de assassinatos, tortura e violência sexual.

Em comunicado, o Conselho Nacional Sírio, principal órgão da oposição ao governo do presidente Bashar Al Assad, assegurou que, “enquanto a comunidade internacional faz prova de fraqueza e hesitação, o regime sírio, aproveitando a proteção do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, dedica-se a uma escalada na sua política de terror contra o povo sírio”.

De acordo com o conselho, há aviões, artilharia, blindados e militares mobilizados na região de Homs, no Centro do país. A cidade é considerada um dos locais mais violentos da Síria. Segundo o órgão, a população de Homs está sendo privada de eletricidade, alimentos e medicamentos. (Com agências internacionais)