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Italiano que deixou terra natal por amor hoje vive como mendigo na Argentina

Do UOL, em São Paulo

02/10/2012 09h39

Um italiano que deixou sua terra natal por amor hoje vive dias amargos na Argentina. A maré de falta de sorte de Rafael Napolitano, 39, começou há nove anos, quando conheceu uma argentina em Pomigliano D'Arco, próximo a Nápoles, na Itália.

Em 2003, recém-saído do trabalho e com uma pensão mensal de 1.800 euros após perder todos os dedos da mão esquerda na máquina que operava, ele foi convencido pela mulher que ele hoje chama apenas de 'Marta' a deixar seu país e conhecer a Argentina.

Foi aí que o casal chegou em Salta, cidade argentina e terra natal de Marta. A ideia de Napolitano era ficar pouco tempo e logo retornar à Itália. Mas a mulher o convenceu do contrário.

Autorizada a sacar a pensão recebida pelo namorado, ela passou a controlar o dinheiro, até que em 2008, ele deixou de receber o valor porque deveria renovar sua carteira do plano de saúde, e para isso precisava estar na Itália.

Foi aí que Napolitano descobriu que Marta pegava todo o dinheiro do mês para gastar jogando. "Ela não me dava dinheiro nem para comprar cigarros. Uma vez precisei voltar para casa de táxi e pedi a ela oito pesos para pagar a corrida. Ela não me deu, e eu fui preso", disse o italiano ao jornal "Clarín".

Quando saiu da prisão, ele já não encontrou mais a mulher. "Ela tinha ido embora. Seus pais me perguntavam onde ela estava e eu não sabia. A vizinha me disse que ela fugiu com um homem. Depois descobri que ela estava vivendo no sul. Levou todos os meus documentos".

Agora, Napolitano -- que nesse tempo na rua fez dois amigos inseparáveis, os cães Perla e Chiquitín-- tenta voltar para a Itália. Sua mãe chegou a enviar uma passagem de volta mas, sem passaporte e identidade, foi impedido de embarcar.

"Minha mãe iniciou os trâmites para me levar de volta no ano passado, na Itália, e está vendo com o Consulado italiano em Córdoba como resolver o problema. Mas ninguém pode me dizer nada. E, como eu vivo na rua, não tenho nem como receber uma carta".