Obama anuncia a retirada de 34 mil soldados americanos do Afeganistão
O presidente americano, Barack Obama, disse, na noite desta terça-feira (12), que os EUA vão retirar cerca de 34 mil soldados do Afeganistão até o começo de 2014.
O anúncio foi feito durante o tradicional discurso anual do Estado da União, no Congresso, em Washington. A retirada do efetivo reduz a presença militar americana no país à metade.
"Após uma década de guerra, nossos homens e mulheres de uniforme estão voltando para casa", anunciou, como que a confirmar uma promessa feita aos americanos.
O número de soldados dos EUA no Afeganistão, que já chegou a 100 mil, atualmente está em 66 mil.
Ainda de acordo com Obama, os EUA pretendem ajudar o país no treinamento de tropas afegãs e nos esforços de combate ao terrorismo, de modo e à medida que os afegãos possam assumir a responsabilidade plena por sua defesa.
"Na primavera (do hemisfério norte), nossas forças se deslocarão para um papel de apoio, enquanto as forças de segurança do Afeganistão assumirão a liderança", adiantou.
Diante do Congresso, Obama assegurou que os EUA encerrarão a sua missão no Afeganistão e que será alcançado o objetivo "de derrotar o núcleo da Al Qaeda". "No ano que vem, nossa guerra estará terminada", afirmou, sendo bastante aplaudido pelos democratas.
Em outra fala de exaltação dos americanos, o presidente disse ainda que a Al-Qaeda é, hoje, uma "sombra" do perigo que representava para os EUA há uma década --numa referência à resposta aos ataques terroristas em Nova York e Washington que deixaram mais de 3.000 mil pessoas mortas e feridas, em 2001.
Transparência em esforços antiterroristas
Ainda sobre o tema da segurança, Obama disse que o governo vai ser mais transparente em seus esforços antiterroristas, mas também sustentou que "quando for necessário" seguirá tomando "ações diretas" contra aqueles que forem uma ameaça para seus compatriotas.
Em sua fala ao Congresso, Obama disse que vai tomar "ações diretas" contra aqueles que forem uma ameaça, e citou a C. do Norte
A fala do presidente sobre o assunto surge em meio a duras críticas ao programa americano de uso de drones (aviões não-tripulados) para eliminar supostos terroristas em território estrangeiro.
No discurso, Obama passou ao largo desse ponto específico, mas assinalou que a ameaça representada pelos grupos extremistas e filiados à Al Qaeda da Península Arábica até a África "está evoluindo", e que "é preciso ajudar países como Iêmen, Líbia e Somália para que possam ocupar-se de sua própria segurança e ajudar os aliados que brigam contra os terroristas, como fizemos no Mali".
Nessa linha, Obama falou ainda sobre o teste nuclear norte-coreano, realizado na madrugada desta terça-feira (12), o qual chamou de "ato altamente provocativo". O presidente americano voltou a afirmar que os Estados Unidos se mantêm firmes na defesa de seus compromissos e de seus aliados. E disse ainda que a Coreia do Norte é uma nação cada vez mais isolada.
Urgência para o controle de armas
Falando ao Congresso, Obama tocou ainda em outro ponto sensível da democracia americana: o controle de armas.
As propostas do Governo, de senadores e das autoridades policiais para reduzir a violência causada pelas armas "merecem um voto", ressaltou, e pediu urgência ao Congresso na aprovação de novas leis a respeito.
Segundo ele, o debate sobre essa questão no país está "diferente", visto que uma "arrasadora maioria" dos americanos "uniu forças" em torno de reformas "de bom senso".
Reforma migratória é dada como certa
Promessa de campanha do presidente, a reforma migratória integral foi dada como praticamente certa por Obama e, segundo ele, será promulgada “imediatamente”, caso e tão logo seja aprovada pelo Congresso.
"Enviem-me um projeto de lei para uma reforma migratória integral nos próximos meses e eu a assinarei imediatamente", disse.
No entender do presidente americano, uma "verdadeira" reforma migratória integral perpassa pelo avanço da segurança fronteiriça, algo que, destacou, seu governo fez mediante o maior deslocamento de agentes na fronteira na história dos EUA e uma redução dos cruzamentos ilegais para seus níveis mais baixos em 40 anos.
Mas, segundo Obama, a medida equivale, também, ao estabelecimento de uma "uma via responsável" que permita aos imigrantes ilegais "ganhar" a eventual cidadania americana.
Para obter a legalização e essa eventual cidadania, advertiu Obama, os imigrantes ilegais deverão submeter-se a uma revisão de antecedentes penais, pagar impostos e uma multa "substancial", aprender inglês e "colocar-se no final da fila" dos que tentam emigrar aos EUA de forma legal.
Além disso, essa reforma deve corrigir o sistema de imigração legal de modo que se reduza a demora nos trâmites, "se diminua a burocracia" e o país atraia empreendedores com alta capacidade de trabalho e engenheiros que "ajudem a criar empregos e elevar nossa economia".
Por fim, Obama assinalou que a reforma migratória integral conta com o respaldo de líderes do setor privado, dos sindicatos, de agências policiais e comunidades religiosas. (Com agências internacionais)
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