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ONG afirma que aéreo israelense matou pelo menos 42 soldados na Síria

Tanques do Exército de Israel fazem exercícios militares nas Colinas de Golã, na fronteira com a Síria - Menahem Kahana/AFP
Tanques do Exército de Israel fazem exercícios militares nas Colinas de Golã, na fronteira com a Síria Imagem: Menahem Kahana/AFP

Do UOL, em São Paulo

06/05/2013 09h03

Pelo menos 42 soldados sírios morreram, e o destino de outros cem ainda é desconhecido após o ataque israelense lançado na madrugada de domingo (5) contra três posições militares ao norte da capital síria Damasco, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Segundo um novo balanço, ao menos 42 soldados morreram, e se desconhece o destino de outros cem depois do ataque israelense", declarou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Anteriormente, a mesma ONG afirmou que ao menos 15 soldados haviam morrido no ataque. 

Nesta segunda-feira (6), Israel tentou convencer o presidente sírio, Bashar Assad, que os ataques aéreos israelenses recentes em torno de Damasco não pretendem enfraquecê-lo em face de uma rebelião que já dura mais de dois anos.

Autoridades dizem que Israel não está disposto a tomar partido na guerra civil da Síria, por temer que suas ações ajudem militantes islâmicos que são ainda mais hostis a Israel do que a família Assad, que tem mantido uma posição estável com o Estado judeu por décadas.

Mas Israel tem repetidamente alertado que não vai deixar o Hizbollah, aliado de Assad, receber armamento de alta tecnologia. Fontes de inteligência disseram que Israel atacou mísseis fornecidos pelo Irã que estavam armazenados perto da capital síria aguardando transferência para o grupo guerrilheiro no vizinho Líbano.

A Síria acusou Israel de beligerância destinada a ajudar os rebeldes que lutam contra Assad -- o que foi negado nesta segunda-feira pelo parlamentar israelense Tzachi Hanegbi, um aliado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Entrevistado na Rádio Israel, Hanegbi disse que o governo de Netanyahu teve como objetivo evitar "um aumento da tensão com a Síria, deixando claro que, se houver atividade, é só contra o Hizbollah, e não contra o regime sírio".

Hanegbi observou que Israel não reconheceu formalmente a realização dos ataques e que Netanyahu iniciou uma visita programada para a China, no domingo, para sinalizar que segue com rotina normal.

O governo Assad considerou os ataques aéreos como equivalentes a uma "declaração de guerra" e ameaçou retaliar.

ONU adverte contra violência

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu contra uma escalada preocupante da situação na Síria depois do ataque de Israel a alvos próximos a Damasco, .

A ONU disse que Ban apelou a todos os lados "para agirem com senso de responsabilidade para evitar uma escalada do que já é um conflito devastador e altamente perigoso".

O senador republicano dos EUA John McCain disse no domingo que os ataques aéreos podem adicionar pressão sobre Washington para intervir na Síria, apesar de o presidente Barack Obama dizer que não tem planos de enviar tropas terrestres.

China critica Israel

A China fez uma crítica velada a Israel nesta segunda-feira, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, iniciou uma visita ao país, dizendo que a China se opõe ao uso da força, depois de ataques aéreos israelenses na Síria.

"Nós nos opomos ao uso da força militar e acreditamos que a soberania de qualquer país deve ser respeitada", disse a porta-voz da chancelaria chinesa Hua Chunying a jornalistas.

"A China também exorta todas as partes relevantes a começarem da base a proteger a paz e a estabilidade regionais, manterem a moderação e evitarem tomar quaisquer ações que possam aumentar as tensões e, em conjunto, salvaguardarem a paz e a estabilidade regionais", disse Hua.

Hua, que não mencionou Israel pelo nome, estava falando enquanto Netanyahu começava uma viagem de cinco dias à China. A viagem coincide com a visita do presidente palestino, Mahmoud Abbas, à medida que a China tenta reforçar seu papel em uma região onde sua influência diplomática é limitada. (Com AFP e Reuters)