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Diretor da NSA diz que programas de monitoramento ajudaram a frustrar "dezenas" de ataques

Do UOL, em São Paulo

12/06/2013 18h34

O chefe da NSA (agência de segurança nacional, em inglês), general Keith Alexander, disse nesta quarta-feira (12) que os programas de vigilância eletrônica executados por sua agência desempenharam papel crítico em frustrar "dezenas" de ataques terroristas voltados aos Estados Unidos e a localidades fora do país, de acordo com informações do “The Washington Post”.

O general citou os dois programas de recolhimento de dados que têm sido discutidos publicamente desde que um ex-técnico de informática que prestava serviços para o governo norte-americano divulgou informações secretas sobre como o país vasculha informações pessoais dos cidadãos.

Os dois programas permitem ao governo acessar dados de ligações telefônicas e de navegação na internet de milhares de pessoas nos Estados Unidos.

Em depoimento ao Comitê de Apropriações do Senado, Alexander usou como exemplo os casos de Najibullah Zazi, um afegão-americano que se declarou culpado no planejamento de ataques suicidas em Nova York, e do paquistanês-americano David Headley, que participou de monitoramento em apoio aos ataques de 2008 em Mumbai, na Índia, que mataram mais de 160 pessoas.

Em ambos exemplos, disse o general, o programa de vigilância de dados na internet ajudou a desvendar a trama.

  • J. Scott Applewhite/AP

    General Keith Alexander, chefe da NSA, durante depoimentos no Senado, nesta quarta (12)

Esta foi a primeira aparição pública do general no Congresso desde que foi revelado o monitoramento telefônico e de internet para rastrear ameaças terroristas.

Vazamento de informações

Edward Snowden, responsável pelo vazamento de informações, disse nesta quarta ao jornal “South China Morning Post” que o governo americano espiona China e Hong Kong há vários anos –trechos da entrevista foram publicados no site do jornal.

O governo dos EUA "faria o que fosse preciso para impedir que eu divulgue mais informação", ressaltou. Snowden se definiu como “apenas um americano, nem herói nem traidor".

Sobre sua decisão de escolher Hong Kong como refúgio, o que foi questionado pela condição da ilha de região administrativa especial da China, respondeu: "As pessoas que pensam que cometi um erro elegendo Hong Kong como destino interpretaram mal minhas intenções".

O ex-prestador de serviços da CIA (agência de inteligência americana) e da NSA, que chegou à ilha no último dia 20 de maio, acrescentou que teve "várias oportunidades de fugir de Hong Kong", mas que se sente seguro na cidade e prefere ficar e "lutar contra o governo dos EUA em um julgamento".

O paradeiro de Snowden é desconhecido desde que deixou o hotel em que se hospedava em Hong Kong, na última segunda-feira (10), onde entregou as informações  reveladoras, com exclusividade, aos jornais “The Guardian” e “The Washington Post”. 

(com informações do "The Washington Post" e de agências internacionais)