Gastos do Brasil para ajudar outros países somam R$ 1,6 bilhão em 2010
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresentou relatório nesta quinta-feira (1º) que mostra que, em 2010, o Brasil gastou R$ 1,6 bilhão em ajuda para desenvolvimento de outros países. O valor é 91,2% superior ao gasto no ano de 2009.
A participação brasileira em conflitos estrangeiros foi um dos motivos do crescimento de gastos internacionais. O maior investimento do Brasil nos acordos de cooperação em 2010 foi em operações de manutenção da paz como, por exemplo, nos conflitos no Haiti e Timor Leste. Ao todo, foram gastos R$ 585 milhões em 2010. O valor representou crescimento de 366,5% em relação a 2009.
Outros gastos relativos a conflitos internacionais também representaram uma grande fatia dos investimentos com cooperação internacional. Cerca de R$ 548 milhões foram gastos com organismos internacionais (como a ONU) e R$ 284 milhões foram gastos com ajuda humanitária.
Ministérios e órgãos com mais gastos com cooperação técnica internacional , em R$
Ministério das Relações Exteriores | 80.126.100 |
Polícia Federal | 2.414.124 |
Ministério da Saúde | 1.969.442 |
Serviço Geológico do Brasil** | 1.754.670 |
Embrapa (Ministério da Agricultura) | 1.481.688 |
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior | 1.468.934 |
Secretaria de Política para Mulheres | 1.446.805 |
Ministério da Defesa | 1.404.143 |
Fiocruz (Ministério da Saúde) | 1.130.915 |
Ministério da Cultura | 870.390 |
- *Dados relativos a 2010. Fonte: Ipea
- ** Ligado ao Ministério de Minas e Energia
De acordo com João Brígido Lima, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, foram justamente os gastos com ajuda humanitária e operações de paz que representaram o crescimento dos investimentos no exterior. “Esses valores representaram um forte aumento nos investimentos enquanto outras áreas continuaram estáveis”, afirma.
Para o diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, Renato Baumann, os gastos do Brasil no exterior em 2010 representaram um valor expressivo. “É um valor a se considerar já que o mundo atravessava uma crise financeira na época”, diz.
Outras categorias de gastos apontados no estudo são de cooperação técnica (R$ 101 milhões), educacional (R$ 62 milhões), científica e tecnológica (R$ 42 milhões) e de ajuda humanitária (R$ 1 milhão).
No ano de 2010, o Ministério das Relações Exteriores teve orçamento total de R$ 1,02 bilhão. O MRE é o ministério que mais investiu em acordos de cooperação técnica no exterior, que englobam transferência de conhecimento em saúde, educação, agropecuária, entre outras áreas.
Haiti recebe mais investimentos
Dos R$ 1,6 bilhão gastos em 2010, cerca de R$ 491 foram em acordos bilaterais (diretamente do Brasil com outros países). Dos 124 países com que o Brasil realizou acordos, o Haiti foi o que mais recebeu investimentos em acordos de cooperação: cerca de R$ 92 milhões.
De acordo com Brígido Lima, além dos investimentos com alimentos, foram repassados remédios e criados acordos técnicos para agricultura no Haiti. “A missão no Haiti é um grande exemplo dos gastos no exterior. O terremoto e a epidemia do cólera foram fatores que representaram o crescimento de investimentos”, afirma.
Os outros países com os quais o Brasil investiu em acordos de cooperação foram o Chile (R$ 31 milhões), a Argentina (R$ 16 milhões), Cabo Verde (R$ 15 milhões) e Guiné-Bissau (R$ 13 milhões).
O relatório é o segundo sobre investimentos internacionais brasileiros. O primeiro havia sido relativo aos anos de 2005-2009. De acordo com o Ipea, há expectativa de lançar os dados relativos dos gastos brasileiros com cooperação internacional relativos a 2011 e 2012 ainda neste ano.
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