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Egito prende líder máximo da Irmandade Muçulmana

Do UOL, em São Paulo

29/08/2013 12h18

A polícia do Egito prendeu nesta quinta-feira (29) o líder máximo da Irmandade Muçulmana, Mohamed El-Beltagy. A informação foi confirmada pela TV estatal egípcia. Beltagy estava na região de Guizé.

Nas últimas semanas, as autoridades do país detiveram várias lideranças do grupo, que pede a volta do presidente do país, Mohamed Mursi, deposto em um golpe de Estado em 3 de julho. 

Segundo agências de notícias locais, com Beltagy encarcerado, a última figura de peso do grupo ainda livre é o dirigente Essam El-Erian, vice-presidente do Partido da Liberdade e da Justiça, braço político da Irmandade.

Antes de sua prisão, Beltagy apareceu em um pronunciamento transmitido pela TV "Al Jazeera" pedindo aos egípcios que participem de protestos na sexta-feira (30) contra a junta militar que governa o país. 

Julgamento adiado para outubro

No domingo (25), a Justiça decidiu adiar para 29 de outubro o julgamento dos líderes da Irmandade Muçulmana acusados de instigar a morte de manifestantes nos protestos após a queda de Mursi.

Segundo a TV estatal, os líderes islamitas não participaram da audiência por motivos de segurança e o juiz do caso decidiu atrasar o processo a pedido da defesa, que reivindicou o direito dos acusados de comparecer ao julgamento.

O guia supremo da Irmandade, Mohammed Badie, e seus principais colaboradores Jairat al Shater e Rashad Bayumi, são acusados de induzir o assassinato de manifestantes no dia 30 de junho, data na qual nove pessoas morreram e outras 90 ficaram feridas em frente à sede da confraria no bairro de A Muqatam, no Cairo.

A Procuradoria-Geral acusa os dirigentes islamitas de ter instigado, pagado e fornecido as armas a outros três acusados, para que, do interior da sede, disparassem contra os opositores a Mursi que tinham se reunido do lado de fora.

Também no domingo, a Justiça retomou o julgamento do ex-ditador Hosni Mubarak, acusado pelas mortes de manifestantes durante os protestos de 2011, que causaram sua renúncia da presidência do país árae.