Egito adia julgamento de ex-ditador acusado por mortes de manifestantes
A Justiça do Egito adiou para 14 de setembro o julgamento do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak pela morte de manifestantes durante a revolução que o derrubou em 2011 e por vários crimes financeiros. A decisão foi tomada neste domingo (25), após Mubarak comparecer à sessão.
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Sentado em uma maca, Mubarak chegou de helicóptero à sede da Academia da Polícia, nos arredores do Cairo, onde o processo se desenrola.
O ex-presidente foi levado do hospital militar do bairro de Maadi, onde está sob prisão domiciliar após ter superado o tempo máximo de prisão preventiva e saído na última quinta-feira (22) da prisão.
Também estiveram no tribunal o ex-ministro de Interior Habib al Adli e seis de seus ajudantes, que são igualmente acusados do assassinato de manifestantes.
Os filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, estiveram presentes no julgamento, no qual enfrentam junto com o ex-presidente e o empresário foragido Hussein Salem acusações de corrupção e enriquecimento ilícito.
A sessão começou entre fortes medidas de segurança e com pouca presença de familiares das vítimas e de seguidores de Mubarak nos arredores da corte.
Os membros da Irmandade Muçulmana, que também serão julgados pelas mortes de manifestantes nos confrontos deste ano, não compareceram à sessão deste domingo (25), por razões de segurança. A Justiça egípcia adiou o julgamento deles para o dia 29 de outubro, segundo fontes ouvidas pela agência "Efe".
Mubarak solto
Na quinta-feira (22), Mubarak foi levado de helicóptero da prisão de Tora, no Cairo, ao Centro Médico Internacional, um hospital militar no nordeste do Cairo. Ali, ele permanecerá sob guarda, segundo seu advogado, bem como fontes médicas e de segurança.
Mubarak governou o Egito por 30 anos, e renunciou ao poder em fevereiro de 2011, durante a Primavera Árabe --como ficaram conhecidos os protestos por democracia no Egito e em outros países árabes.
A saída do ditador da prisão aconteceu durante uma época violenta no país, após o governo militar que governa o Egito reprimir com violência a Irmandade Muçulmana. Os manifestantes que montaram acampamento em áreas do Cairo pediam a volta de Mursi, deposto por um golpe de Estado no dia 3 de julho deste ano.
Quando os militares decidiram que os acampamentos não tinham permissão para existir, houve confrontos nas ruas, nos quais estima-se que mais de mil pessoas morreram - pelo 638 apenas em um único dia, o que faz deste o mais sangrento conflito interno na história da república.
Em meio à onda de violência, o governo interino decretou um estado de emergência durante um mês no país.
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