Topo

Sírios que filmaram ataques químicos morreram intoxicados, diz ativista

Do UOL, em São Paulo

30/08/2013 11h45

Os sírios que filmaram os vídeos que mostram as vítimas do ataque químico de 21 de agosto nos arredores de Damasco também morreram intoxicados, afirmou Razan Zeitouneh, uma das principais ativistas pró-direitos humanos da Síria e uma das líderes da oposição, à revista “Foreign Policy”.

Segundo Zeitouneh, apenas um ativista que filmou o ataque conseguiu sobreviver. Os vídeos foram parar na internet em poucas horas e chocaram o mundo com imagens fortes das vítimas agonizando após o ataque.

“Os ataques químicos mataram muitos ativistas de mídia que inalaram gases tóxicos. Eles foram filmar e apurar informações, mas não voltaram” afirmou à revista.

Para analistas dos serviços americanos de inteligência, os vídeos são considerados provas do uso de armas químicas na Síria. As imagens mostram pessoas sofrendo espasmos e com muita dificuldade em respirar, sintomas clássicos de ataque com gás sarin.

Havia também restos de foguetes, quase intactos. Se levassem explosivos e não material químico, estariam mais danificados com o impacto.

Para Jeff White, ex-funcionário dos serviços secretos por 34 anos e investigador do Washington Institute for Near East Policy, os vídeos ganharam papel de importância no conflito sírio.

“Não me consigo lembrar de outro caso semelhante – costumávamos ter de enviar agentes ou forças de reconhecimento para ter este tipo de dados”, afirmou.

O suposto uso de armas químicas por parte das forças de Assad é o motivo alegado pelos Estados Unidos e alguns de seus aliados para uma possível intervenção militar na Síria. O governo nega ter atacado e acusa os rebeldes pelo uso de gás.