Egito vai dissolver Irmandade Muçulmana, diz jornal estatal
O governo militar do Egito decidiu dissolver o braço da Irmandade Muçulmana que funciona como organização não governamental, registrada legalmente. A cassação do registro da organização política islâmica ligada ao presidente deposto Mohamed Mursi foi divulgada pelo jornal estatal “Al-Akhbar” nesta sexta-feira (6).
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A decisão se aplica à ONG registrada pela Irmandade Muçulmana em março deste ano em resposta a uma ação legal que considerava a organização não possuía status legal e é um marco da luta do governo militar contra o grupo de apoiadores de Mursi. "A decisão já foi de fato tomada, mas será anunciada na próxima semana em uma coletiva de imprensa", afirmou o porta-voz do Ministério da Solidariedade Social.
Em 2012, os islamitas venceram as primeiras eleições democráticas da história do Egito, convocadas após a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011, e elegeram o presidente Mohamed Mursi. Com amplo apoio popular através de uma série de protestos em massa, o Exército derrubou Mohamed Mursi em 3 de julho de 2013.
As autoridades estão montando a mais dura repressão à Irmandade Muçulmana em décadas, matando centenas de apoiadores de Mursi e prendendo muitos de seus líderes sob a acusação de incitação á violência.
Não houve até agora nenhuma tentativa de proibir a ala política da organização, o Partido Liberdade e Justiça. A decisão do ministério de Solidariedade Social de dissolver o grupo como uma ONG surgiu a partir de acusações de que a Irmandade havia usado a sua sede para armazenar explosivos.
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