Irmandade Muçulmana é 'banida' do Egito pela Justiça
A Justiça do Egito baniu nesta segunda-feira (23) todas as atividades da Irmandade Muçulmana no país. O grupo, integrado pelo presidente deposto Mohamed Mursi, é acusado pelo Exército de organizar manifestações e atos violentos.
A organização foi fundada no Egito em 1928 e funciona como um grupo islâmico fundamentalista que rejeita influências ocidentais no país.
"A corte bane as atividades da organização Irmandade Muçulmana e de sua organização não governamental, e todas as atividades que possa tomar parte e qualquer organização derivada dessas atividades", proferiu o juiz Mohamed al-Sayed.
A corte ordenou o governo a confiscar os fundos da Irmandade e administrar seus ativos congelados.
Desde que Mursi foi deposto pelas Forças Armadas, em 3 de julho, a Irmandade, que alega ter um milhão de membros, vem liderando uma série de protestos pelo Egito exigindo a volta do político ao poder. Por causa disso, toda a cúpula da organização encontra-se detida.
Durante a ditadura de Hosni Mubarak, a Irmandade esteve banida e funcionou na clandestinidade. Com o fim do regime, em 2011, a organização voltou às atividades legais e conseguiueleições parlamentares e presidenciais, elegendo Mursi.
A derrubada de Mursi pelo chefe do Exército, Abdel al-Sisi, provocou uma crise política no país mais populoso do mundo árabe. A Irmandade insiste que houve um golpe militar para derrubá-la do poder.
A decisão do tribunal provavelmente vai levar mais membros da Irmandade para a clandestinidade e pode encorajar jovens islâmicos a pegarem em armas contra o Estado. (Com Reuters)
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