Seul admite que corpos de naufrágio foram entregues a famílias erradas
O governo sul-coreano admitiu que alguns corpos retirados da balsa Sewol, que naufragou no país no dia 16 de abril, não foram identificados de forma correta e foram entregues a famílias erradas, informou o jornal inglês "The Guardian'. A imprensa sul-coreana informou nesta semana que, em muitos casos, a troca dos corpos foi revelada no momento do funeral.
Antes de os resultados dos testes de DNA, impressão digital e arcada dentária ficarem prontos, algumas famílias foram autorizadas a levar embora os corpos que elas garantiram ser de seus filhos.
A única condição exigida pelas autoridades era que elas não os enterrassem antes dos testes genéticos fornecerem a confirmação da identidade. Algumas famílias, no entanto, acabaram enterrando os supostos parentes, de acordo com o jornal americano "The New York Times".
O número provisório de mortos chegou a 183, enquanto outras 119 pessoas permanecem desaparecidas em águas do sudoeste do país. As autoridades locais não trabalham mais com a possibilidade de encontrar sobreviventes.
Do total de 476 pessoas que viajavam de Incheon até a turística ilha meridional de Jeju, 174 foram resgatadas.
Mergulhadores encontraram 48 corpos de meninas em uma cabine da balsa Sewol, informou a TV americana CNN, nesta sexta-feira (25). Elas vestiam coletes salva-vidas e tudo indica que elas correram para a cabine, com espaço para 30 pessoas, quando a balsa começou a afundar.
Autoridades afirmaram que foram encontradas diversas cabines "sobrecarregadas de pessoas", mas que as equipes de resgate estão enfrentando dificuldades para recuperar os corpos. Os trabalhos de busca continuam na Coreia do Sul.
Na quinta-feira (24), a Procuradoria-Geral da Coreia do Sul acusou de homicídio por negligência e violação das leis marítimas 11 dos 15 membros resgatados da tripulação.
Os procuradores acham que os tripulantes não fizeram qualquer operação de salvamento, mas se protegeram na cabine enquanto esperavam para ser resgatados pela Guarda Costeira, informou a emissora sul-coreana Arirang. As acusações aos membros da tripulação podem levar a no mínimo três anos de prisão.
O capitão, que permanece detido pelo mesmo motivo, é acusado pelas autoridades de "assassinato por omissão" por supostamente não fazer a retirada das pessoas do barco, deixando a maioria dos passageiros presa.
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