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Confrontos com israelenses deixam 6 palestinos mortos na fronteira de Gaza

Palestino mascarado exibe faca durante protesto próximo à fronteira da faixa de Gaza com Israel - Mohammed Salem/Reuters
Palestino mascarado exibe faca durante protesto próximo à fronteira da faixa de Gaza com Israel Imagem: Mohammed Salem/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/10/2015 10h45

Tropas israelenses mataram seis palestinos que protestavam em Gaza, e um judeu feriu quatro árabes com uma faca no sul de Israel, nesta sexta-feira (9), em uma onda de violência que tem provocado um aumento nas conversas sobre um novo levante contra Israel.

Os soldados dispararam na direção de Gaza através da fronteira depois que os palestinos chegaram perto demais dos limites israelenses, atirando pedras e empurrando pneus em chamas, disse uma porta-voz dos militares. Médicos de Gaza disseram que seis pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas.

Os protestos eram em solidariedade com palestinos em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada por Israel, onde as tensões têm aumentado nos últimos 10 dias de violência, nos quais quatro israelenses e pelo menos oito palestinos foram mortos.

Os palestinos reclamam de incidentes no complexo da mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, e temem que Israel queira mudar o status quo do local sagrado, reverenciado pelos muçulmanos como Santuário Nobre e pelos judeus como Templo da Montanha.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, negou ter intenção de mudar as condições, sob as quais os judeus são autorizados a visitar o local, mas apenas os muçulmanos podem realizar orações.

Tanto Netanyahu como o presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediram calma e a polícia palestina continua a coordenar com as forças de segurança de Israel para tentar restaurar a ordem, mas há poucos sinais de redução da tensão e da violência.

"Nova Intifada"

Em Gaza, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que a violência atual é uma nova Intifada, a exemplo da revolta palestina de 1987 e 2000.

Haniyeh chamou os palestinos a ampliar a onda de ataques a fim de "libertar Jerusalém", em discurso durante a oração muçulmana da sexta-feira em uma das principais mesquitas da Cidade de Gaza.

"A batalha por Jerusalém é a batalha de Gaza e a Intifada da Cisjordânia é a Intifada de nosso povo", disse, antes de acrescentar que seu movimento "sempre fará o apropriado para apoiar" o povo.

O grupo islamita Jihad Islâmica também pediu, de Gaza, para se realizar uma Intifada. (Com agências internacionais)