Viajantes enfrentam chegada intimidatória em Paris
Viajantes que desembarcaram nesta quarta-feira (18) no Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, em Paris, foram surpreendidos com uma medida de segurança incomum em aeroportos europeus: a checagem dos passaportes ocorreu praticamente na porta do avião, antes que o passageiro entrasse de fato no aeroporto.
Homens vestidos em roupas civis mas identificados por faixas fosforescentes que diziam “Douane” (alfândega, em francês) verificaram a identificação de todos a bordo --mesmo as de franceses e de cidadãos da União Europeia.
Alguns metros adiante, os passageiros passaram novamente pelo controle de fronteiras, desta vez o formal. Franceses e europeus também não foram poupados. Apenas tripulantes tiveram a passagem padrão pela imigração.
“Estive em Madri logo depois dos atentados [em 2004] e era essa mesma sensação de medo, desconfiança e intimidação”, disse o venezuelano Patrick, que vinha de Caracas, via São Paulo, para um evento acadêmico.
Não está claro se a dupla checagem foi implementada apenas nesta quarta, diante das operações em Saint-Denis, a norte de Paris, ou se isso passou a fazer parte da rotina aeroportuária desde os atentados da última sexta-feira (13) em diversos pontos da capital francesa.
Na própria sexta-feira, o presidente François Hollande instituiu controles nas fronteiras francesas. O país está em estado de emergência desde os atentados, que deixaram 129 mortos.
Pesquisa do instituto Ipof divulgada nesta quarta-feira pelo jornal “Le Figaro” aponta que 84% dos franceses apoiam medidas de controle que limitem suas liberdades individuais em favor de uma maior segurança.
Outros 98% consideram alta a ameaça terrorista ao país --contra 93% após os atentados contra o "Charlie Hebdo", em janeiro deste ano.
Metade dos ouvidos na pesquisa disse ter confiança de que o Executivo vá “vencer o terrorismo”.
Ameaça falsa de bomba em voos saindo dos EUA
Dois voos rumo a Paris saindo dos Estados Unidos na noite de ontem foram desviados de suas rotas, pouco após a decolagem, por suspeita de bombas a bordo, informaram as agências de notícias.
"Os aviões foram objetos de ameaças anônimas após as decolagens", anunciou a companhia aérea Air France em um comunicado.
Um dos voos foi desviado para Salt Lake City, no estado de Utah, depois de partir de Los Angeles (Califórnia) com 497 passageiros. O outro voo, que tinha saído de Washington, foi desviado para Halifax, no Canadá, com 262 pessoas a bordo. Ambos pousaram sem problemas.
Logo após a aterrissagem, a polícia do Canadá e a imprensa dos EUA afirmaram que nenhuma bomba nem qualquer outro tipo de ameaça foram encontradas nas aeronaves.
Uma investigação foi iniciada para identificar a fonte das ligações telefônicas.
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