Para Serra, Brasil no Conselho de Segurança da ONU não é prioridade
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, não incluiu entre as principais metas da diplomacia brasileira o pleito para que o Brasil ingresse como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). A afirmação foi feita nesta segunda-feira (6), no programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
A candidatura como integrante permanente para o Conselho de Segurança era um discurso repetido durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. O Conselho de Segurança é composto de cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e por dez membros não permanentes, eleitos para mandatos de dois anos. Segundo informações do Itamaraty, o Brasil é, ao lado do Japão, o país que por mais vezes integrou o conselho como membro não permanente.
Admitindo que não estava “bastante por dentro” do assunto conselho, Serra afirmou no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, que o ingresso “não é moleza fazer” e é uma “briga de gente grande”.
Serra também criticou políticas adotadas pelos governos de Lula e de Hugo Chávez, na Venezuela, assim como de seus sucessores (Dilma Rousseff e Nicolás Maduro). “Sob o lulismo e o chavismo, Brasil e Venezuela representaram a vanguarda do atraso”, atacou. Especificamente na economia, disse Serra, essas formas de governar “foram purificando” o caráter desses países de meros produtores de matérias-primas.
“Os anos Lula estão marcados pela desindustrialização do Brasil”, concluiu.
Sobre a possibilidade de reduzir o número de embaixadas brasileiras no mundo, Serra disse que essa decisão ainda não foi tomada. “Não disse que ia fechar embaixadas, o que mandei foi fazer um levantamento [das embaixadas existentes]”, ponderou. “Vamos fazer um diagnóstico primeiro.”
Serra confirmou a intenção do Brasil de estabelecer mais acordos comerciais bilaterais, mas com o cuidado de preservar a economia nacional. “Não tem concessão unilateral, chega. É troca, troca; concessão, concessão.”
O ministro ainda afirmou que o aprofundamento da relação com grandes economias, como a dos Estados Unidos, não se caracteriza como dependência. “É infantil acreditar nisso.”
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