"Era muita gente morrendo. Foi horrível", diz brasileira que viu ataque em Nice
"Era muita gente morrendo, foi horrível. O caminhão passou muito, muito rápido, atropelando quem estivesse pela frente", conta Melissa Panteliou, 24. A brasileira estava em uma avenida beira-mar de Nice, no sul da França, para acompanhar os fogos de artifício da festa nacional de 14 de julho quando presenciou o ataque.
Um caminhão atropelou e matou ao menos 70 pessoas e deixou dezenas de feridos no balneário francês. Segundo as autoridades, o veículo teria percorrido cerca de dois quilômetros em meio à multidão que comemorava o principal feriado do país.
"Vim para Nice para um curso intensivo de francês, de duas semanas. Hoje, eu e um grupo de quatro amigas, duas delas brasileiras, resolvemos ir para a festa da Queda da Bastilha, onde toda a cidade iria se reunir.
Estávamos do lado da praia, percorremos a orla e vimos os fogos antes de chegar ao ponto de encontro. A festa estava linda. Música, fogos de artifício. A rua estava fechada para os carros. Tinha muita gente ali: criança, bebês nos ombros dos pais, idosos.
Tudo aconteceu um pouco depois da queima de fogos. Quando íamos cruzar para o outro lado da rua, olhei para trás porque ouvi o barulho da gritaria. Foi quando vi o caminhão que tinha rompido a barreira e estava derrubando todo mundo.
Era muita gente morrendo, foi horrível. Ele passou muito, muito rápido, atropelando quem estivesse pela frente. Assim que vi o caminhão pensei que era um problema mecânico, que tivesse perdido o freio.
Não tive tempo de raciocinar. As pessoas começaram a me empurrar. Tentei sair correndo, mas fui derrubada. Cai em cima de uma amiga nos arbustos da calçada, onde ralei a perna e as mãos.
Eu não ouvi os tiros. Conseguimos nos levantar e entramos dentro de um hotel. Algumas das portas estavam fechadas e todos começaram a entrar em pânico. Então uma amiga disse que aquele hotel era grande e poderia ser o próximo alvo.
Voltamos para a rua pela saída dos fundos daquele hotel. Um policial que estava lá fora apontou uma direção e fomos por ali, sem saber para onde. Vimos mais adiante uma mulher que abriu a porta de um dos prédios. Entramos e subimos até o último andar.
Sentamos no corredor e começamos a chorar, ficamos alguns minutos ali sem saber o que fazer. Todas nós estávamos em choque.
Uma senhora abriu a porta de um dos apartamentos. Ela tinha ouvido o barulho, mas não sabia o que tinha acontecido. Ao nos ver chorando, nos colocou para dentro de casa. Ela costuma hospedar turistas ali por meio do AirBnb e disse que podemos dormir na casa dela hoje.
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