Governo russo "hackeou" partidos com objetivo de interferir em eleições, acusam EUA
Os EUA acusaram oficialmente a Rússia nesta sexta-feira (7) de estar por trás do recente ataque cibernético contra partidos políticos e congressistas no país, com o objetivo de interferir nas eleições americanas. Até agora, Washington havia evitado culpar diretamente o Kremlin pelo incidente.
"A comunidade de inteligência americana tem confiança de que o governo russo dirigiu os recentes ataques contra e-mails de políticos e organizações, incluindo partidos políticos", diz comunicado divulgado nesta tarde pelo Departamento de Segurança Interna e pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional. “Esses roubos e vazamentos tiveram a intenção de interferir no processo eleitoral americano."
"Essas atividades não são novas para Moscou -- os russos usaram táticas e técnicas similares ao redor da Europa e da Eurásia, por exemplo, para influenciar a opinião pública."
"Acreditamos, com base no escopo e na sensibilidade desses ataques, que apenas as mais altas autoridades russas podem ter autorizado tais atividades", acrescenta ainda a nota.
Em junho, o Comitê Nacional Democrata denunciou pela primeira vez uma invasão no seu sistema de e-mails. O vazamento das mensagens acabou levando à queda da líder do comitê, Debbie Wasserman Schultz, às vésperas da convenção democrata que consagrou Hillary Clinton como a candidata do partido à Presidência dos EUA.
Em seguida, foram vazados também e-mails e dados telefônicos de congressistas democratas.
Alguns Estados também relataram ter detectado que seus sistemas de votação foram "escaneados", diz ainda o comunicado.
Em entrevista à Bloomberg News no mês passado, o presidente russo, Vladimir Putin, negou ter qualquer envolvimento com o caso. "A Rússia nunca fez nada desse tipo em nível estatal", disse.
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