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Trump diz que cancelará acordo dos EUA com Cuba, mas mantém embaixada aberta

Donald Trump mostra documento que anuncia mudanças nas relações entre Estados Unidos e Cuba - AFP PHOTO / MANDEL NGAN
Donald Trump mostra documento que anuncia mudanças nas relações entre Estados Unidos e Cuba Imagem: AFP PHOTO / MANDEL NGAN

Do UOL, em São Paulo

16/06/2017 15h12Atualizada em 16/06/2017 18h43

O presidente Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (16) mudanças na política dos Estados Unidos com Cuba, dizendo que cancelaria o acordo feito durante a gestão de Barack Obama. Apesar disso, afirmou que irá manter aberta a embaixada americana no país, reinaugurada em agosto de 2015 em Havana, indicando que a relação dos países continua retomada.

A medida foi divulgada após o próprio Trump ter admitido que está sendo investigado pelo procurador do caso da influência russa nas eleições, Robert Mueller.  Em um discurso repleto de críticas ao regime dos irmãos Castro, diante da comunidade cubano-americana em Miami, Trump afirmou que reforçar o veto a viagens de americanos à ilha --aliviado durante a gestão de Obama--, mas não detalhou quais mudanças serão feitas.

"Os cubanos sofreram por 60 anos com o comunismo. O país apoia o caos na Venezuela, sequestradores, terroristas, tráfico de pessoas. Minha gestão não vai desculpar ou glamorizar o regime", disse Trump, para em seguida criticar o acordo de Obama com o país vizinho.

"Fizeram um acordo que traz violência e instabilidade à região, mas esses dias acabaram. Estamos com as caras novamente. Esse acordo não ajuda o povo cubano, só enriquece o regime."

"Estou cancelando todo o acordo da gestão anterior com Cuba. Vou assinar uma nova política agora. Não levantaremos sanções até que a liberdade de expressão seja respeitada, que todos os partidos sejam legalizados, que eleições livres sejam realizadas. Vamos restringir os dólares americanos que estão indo para os militares, a base do regime Castro. Vamos fortalecer o veto ao turismo e o embargo."

Na prática, Trump deve proibir transações entre empresas e instituições americanas a entidades vinculadas às Forças Armadas cubanas, que controlam o turismo na ilha.

O presidente americano também pediu que o regime cubano liberte os presos políticos e prometeu um acordo melhor para cubanos e para os Estados Unidos. "Desafiamos Cuba a vir à mesa com um novo acordo que esteja no melhor interesse tanto do seu povo como do nosso", disse Trump em um discurso em Miami.

"Faremos com que o embargo seja cumprido", disse o presidente durante o seu discurso no teatro Manuel Artime, em Little Havana, onde detalhou a revisão que decidiu fazer na política de normalização de relações com a ilha iniciada pelo seu antecessor, Barack Obama. A suspensão do embargo é algo que só pode ser decidido pelo Congresso dos EUA, controlado agora pelos republicanos em ambas as Câmaras.

A nova política proíbe a maioria das transações de companhias dos EUA com o Grupo de Empreendimentos das Forças Armadas, um conglomerado cubano envolvido em todos os setores da economia, mas abre algumas exceções, entre elas para as viagens por ar e mar, de acordo com autoridades norte-americanas. Essencialmente isso irá blindar empresas aéreas e de cruzeiros que servem a ilha. (Com agências internacionais)