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Não é 1ª vez que França premia "heróis" com cidadania; veja outras histórias

28.mai.2018 - Emmanuel Macron e malinês Mamoudou Gassama, que escalou um prédio para salvar uma criança em Paris - Thibault Camus/Pool via Reuters
28.mai.2018 - Emmanuel Macron e malinês Mamoudou Gassama, que escalou um prédio para salvar uma criança em Paris Imagem: Thibault Camus/Pool via Reuters

Do UOL, em São Paulo

28/05/2018 18h17

Mamadou Gassama, imigrante malinês de 22 anos, é o novo herói da França. Após salvar um menino de quatro anos que estava pendurado em uma sacada de Paris no último sábado (26), o jovem foi recebido pelo presidente francês Emmanuel Macron. No encontro, o político prometeu cidadania francesa ao rapaz, que vive ilegalmente no país desde 2013.

Enquanto caminhava pelas ruas do 18º distrito de Paris no último sábado, Gassama viu uma multidão aglomerada na porta de um prédio. Quando olhou para cima, viu uma criança pendurada na sacada do quinto andar e logo se pôs a escalar a fachada para salvar o menino. Um vídeo que registrou o resgate viralizou nas redes sociais e alçou o rapaz ao posto de herói nacional.

"É um ato excepcional, e por isso, a partir de hoje, todos seus documentos serão regularizados e vamos dar início a um processo para que você possa obter sua cidadania francesa", disse Macron ao imigrante de Mali durante seu encontro na manhã desta segunda-feira.

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Gassama não é o primeiro imigrante a ser reconhecido e legalizado na França após um ato de bravura. Lassana Bathily, um malinês demandante de asilo, foi naturalizado depois que salvou diversas pessoas durante a tomada de reféns em um supermercado judeu em janeiro de 2015 em Paris.

20.jan.2015 - Lassana Bathily, 24, durante cerimônia para receber a cidadania francesa  - Charles Platiau/Reuters - Charles Platiau/Reuters
20.jan.2015 - Lassana Bathily, 24, durante cerimônia para receber a cidadania francesa
Imagem: Charles Platiau/Reuters

Na França desde 2006, Bathily havia pedido pela naturalização em 2014, mas o processo só deslanchou em 2015, depois que o ministro do Interior reconheceu seus “atos de bravura” durante o sequestro. Na época, quase 300 mil pessoas assinaram uma petição pedindo para que o então presidente François Hollande concedesse a cidadania ao jovem de Mali.

Também em 2015, Didi, um argelino de 35 anos de idade, foi naturalizado francês após ter salvado vidas durante o atentado terrorista de 13 de novembro na casa de shows Bataclan, onde trabalhava como segurança. Pelo Twitter, Bernard Cazeneuve, ministro do Interior, agradeceu ao argelino por sua coragem. "Eu lhe dou as boas vindas à nacionalidade francesa", escreveu o político.

13.nov.2016 - Moradores de Paris realizam vigília na noite deste domingo para relembrar o atentado terrorista ocorrido na casa de espetáculos Bataclan um ano antes - Leo Lemos/FramePhoto - Leo Lemos/FramePhoto
13.nov.2016 - Moradores de Paris realizam vigília na noite deste domingo para relembrar o atentado terrorista ocorrido na casa de espetáculos Bataclan um ano antes
Imagem: Leo Lemos/FramePhoto

Casos menos populares também chamam a atenção da imigração francesa. Em 2014, dez dias após um incêndio em um conjunto de apartamentos em Seine-Saint-Denis, os tunisianos Mohssen e Mohamed ganharam uma permissão de permanência e trabalho na França, segundo o jornal Le Parisien.

O incêndio causou a morte de três pessoas, mas se não fossem os colegas de quarto da Tunísia, a tragédia seria maior. Os dois conseguiram salvar a vida de quinze de seus vizinhos e receberam em troca “uma regularização humanitária e para recompensar um comportamento exemplar". (Com agências internacionais)