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Paraguai rompe relações com a Venezuela após posse de Maduro

Do UOL, em São Paulo

10/01/2019 15h34Atualizada em 10/01/2019 16h02

O Paraguai anunciou nesta quinta-feira (10) o rompimento de suas relações diplomáticas com Venezuela após a posse de Nicolás Maduro para um novo mandato, anunciou o presidente paraguaio, Mario Abdo em uma declaração oficial. Ele determinou ainda o fechamento da embaixada e a retirada imediata dos diplomatas do país de Caracas.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro prestou juramento nesta quinta-feira para um segundo mandato de seis anos, desafiando os Estados Unidos e grande parte da comunidade internacional, que ameaça aumentar a pressão sobre seu governo considerado ilegítimo.

O chefe de Estado paraguaio pediu a outros países que também se expressem "com fatos concretos a favor do povo venezuelano". "Não há consequências negativas quando se defendem causas justas", disse Abdo em discurso televisionado. "A causa da liberdade e da democracia é uma causa justa", disse Abdo.

O presidente paraguaio ressaltou que a decisão é baseada no não-reconhecimento do novo mandato de Maduro, que considera "resultado de um processo eleitoral ilegítimo".

Para Mario Abdo, os líderes políticos devem adotar medidas que protejam a população venezuelana e a democracia: "a causa da liberdade, da democracia, a causa da Venezuela é uma causa justa". "Que Deus proteja a Venezuela e abençoe o Paraguai", concluiu o presidente paraguaio.

Mario Abdo esclareceu que esta decisão não implica falta do Paraguai a seu compromisso com a Venezuela em dívida pela empresa petrolífera estatal Petropar com a PDVSA da Venezuela, de acordo com o Acordo de Caracas em 2004. "Essa dívida, que está agora no processo de litígio, será homenageada pelo Estado paraguaio em forma e tempo, e esse dinheiro servirá para a reconstrução da democracia na Venezuela ", disse Abdo.

O governo dos Estados Unidos também reconhecerão a "posse ilegítima da ditadura" de Maduro, e manterão sua pressão sobre esse "regime corrupto", afirmou nesta quinta-feira John Bolton, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca."Os Estados Unidos não reconhecerão a posse ilegítima da ditadura de Maduro", assegurou Bolton em mensagem na sua conta no Twitter, em referência à cerimônia de posse do presidente venezuelano para seu novo mandato, que o manterá no poder até 2025.

Bolton ressaltou que os EUA "continuarão aumentando sua pressão sobre o regime corrupto, respaldando a Assembleia Nacional democrática, e exigindo democracia e liberdade na Venezuela".

Maduro chama Bolsonaro de fascista

Em seu discurso de posse, Nicolás Maduro voltou a chamar o Grupo de Lima, com países da região que não reconhecem o seu novo mandato, como um "cartel" que usa o "direito internacional" contra a Venezuela. "Querem nos dar ordens sobre o que deve ser feito na Venezuela", disse Maduro. Em sua fala, o venezuelano chamou o presidente Jair Bolsonaro de "fascista".

"A direita venezuelana infectou a direita latino-americana com seu fascismo. Vamos ver o caso do Brasil com a ascensão de um fascista como Jair Bolsonaro", disse Maduro.