Dupla nacionalidade e voluntariado: quem é o brasileiro refém do Hamas

O brasileiro-israelense Michel Nisenbaum, 59, desaparecido desde o início da guerra entre Israel e Hamas, é um dos reféns mantidos pelo grupo extremista na Faixa de Gaza.

Hoje, embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, recebeu a irmã dele para uma reunião. Em comunicado, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv afirmou que ele "garantiu a irmã da vítima que o Brasil está fazendo tudo ao seu alcance para ajudar na libertação do brasileiro e dos demais reféns".

Quem é o brasileiro refém do Hamas?

Michel Nisenbaum tem dupla nacionalidade. Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, ele atualmente morava na cidade de Sderot.

Mora em Israel há mais de 40 anos. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ele tem duas filhas e cinco netos — seu sexto neto tem nascimento previsto para dezembro.

É técnico em informática, concluiu há pouco tempo uma certificação para poder trabalhar como guia turístico e tem como hobby fazer trilhas. Segundo a Isto É, ele também é voluntário na Rescue Union como condutor de ambulância.

Michel não é visto desde 7 de outubro, data dos primeiros ataques do Hamas em Israel. Ao jornal O Globo, Mary Shohat, irmã de Michel, contou que ele falou com uma das filhas na manhã do ataque. A ligação seguinte, no entanto, foi atendida por outra pessoa.

Estavam gritando coisas em árabe. No fim, gritaram "Hamas, Hamas". Depois desligaram o telefone e, desde então, não soubemos de mais nada. Começamos a pensar que ele tinha virado refém ou foi morto. Não tem outra possibilidade.
Mary Shohat, ao O Globo

Após o desaparecimento, seu notebook foi localizado em Gaza. O carro de Michel também foi encontrado, carbonizado. Já no contato mais recente com a família, representantes do governo de Israel informaram que encontraram o celular dele, que passaria por perícia.

Filha em campanha para encontrar o pai. Em publicação feita no Facebook no dia 15 de novembro, uma das filhas de Michel, Hen Mahluf, escreveu: "Não tenho palavras para explicar o quanto sentimos sua falta, o quanto as crianças perguntam por você e esperam você abrir a porta de casa. Volte! Isto é muito difícil."

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Brasileiros morreram em conflito

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou a morte de três brasileiros, e da filha de uma brasileira, todos residentes em Israel. As vítimas são a carioca Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, e Ranani Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos. Os três estavam em uma festa invadida pelo grupo extremista Hamas.

Ranani foi a primeira vítima brasileira a ser confirmada pelo Itamaraty. Ele estava com a namorada, Rafaela Treistman, e um amigo em uma rave, conseguiu se abrigar em um bunker e chegou a gravar um vídeo relatando a situação. No entanto, após o abrigo ser invadido, o rapaz desapareceu.

Bruna teve a morte confirmada pela família nas redes sociais. A jovem estava na mesma festa, e um vídeo divulgado primeiro pelo Fantástico mostra a vítima em um bunker com várias outras pessoas antes de ser morta. Ela aparece sentada no chão e encolhida perto de uma janela.

Karla foi a terceira vítima confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores. Ela chegou a enviar um áudio a uma amiga enquanto fugia do local da rave, para a qual foi com o namorado e amigos israelenses.

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Além dos brasileiros, ao menos 260 pessoas foram mortas na rave, que era realizada próxima à Faixa de Gaza. Mais de 3 mil pessoas participavam do evento, invadido pelo Hamas.

Já a israelense Celeste Fishbein, de 18 anos, era refém do grupo extremista Hamas e foi morta em Israel a caminho da Faixa de Gaza, informou seu tio, Mario Fishbein.

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