Ameaçadas de extinção, 12 tartarugas-de-pente nascem em praia de Alagoas

Nasceram 12 filhotes de tartarugas-de-pente no fim da tarde desta terça-feira (23) na praia da cidade de Paripueira, a 39,9 km de Maceió, em Alagoas. O ninho foi feito em frente a um restaurante local e foi monitorado por biólogos do Instituto Biota de Conservação, ONG ambiental que ajuda a isolar áreas de ninhos de tartarugas marinhas nas praias do Estado.

Apesar da festa do nascimento das tartaruguinhas, a contabilização do ninho não foi das melhores. Dos 125 ovos encontrados no local, apenas 12 tartarugas conseguiram eclodir e sair vivas do buraco.

Segundo os especialistas da ONG Biota, devido às chuvas que ocorrem desde segunda-feira (22), a areia foi compactada e a maioria dos filhotes não conseguiu cavar para sair do ninho e percorrer o caminho para chegar ao mar. O ninho foi colocado no local há cerca de três meses por uma tartaruga-de-pente e logo que os nativos viram o buraco avisaram a ONG para isolar a área.

Nos próximos 15 dias, estão previstos os nascimentos de mais tartarugas em dois ninhos na praia de Riacho Doce, em Maceió, que estão com cerca de dois meses e meio. O tempo de eclosão dos ninhos das tartarugas-de-pente é de cerca de três meses, porém pode ocorrer eclosão prematura, com o nascimento de alguns filhotes adiantados.

Caça ilegal

A tartaruga-de-pente, também conhecida como tartaruga de escamas, é uma espécie ameaçada de extinção devido à caça e à pesca predatória ilegal. Mesmo com a caça proibida, ela é uma das espécies preferidas para serem usadas para fins decorativos devido à beleza do casco.

Essa tartaruga é encontrada em mares tropicais e subtropicais  e, quando adulta, o animal pode atingir cerca de 1 metro de comprimento e de 25 a 30 centímetros de largura.  Segundo o Biota, os ninhos encontrados em Alagoas são, em sua maioria, dessa espécie.

No ano passado, o Instituto conseguiu proteger ninhos de onde nasceram cerca de 2.300 tartarugas. Mas, estatisticamente, não mais que três filhotes sobreviverão até a idade adulta. É que, a cada mil tartarugas nascidas vivas, apenas uma consegue atingir a idade adulta, calculam os biólogos.