Tartarugas marinhas nascem no litoral de Maceió
Sessenta filhotes de tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata) nasceram na praia da Sereia, litoral norte de Maceió (AL), na tarde desta segunda-feira (13). Segundo o projeto Tamar, a tartaruga de pente é segunda espécie mais ameaçada de extinção no Brasil. Em primeiro lugar vem a tartaruga cabeçuda (Caretta caretta).
As tartarugas procuram as praias para depositarem os ovos entre os meses de outubro e maio. De acordo com o Instituto Biota, que monitora a desova e o nascimento das tartarugas em Maceió, foram registrados 54 ninhos, em um trecho de dois quilômetros entre as praias de Riacho Doce e da Sereia, somente nesta temporada de 2014/2015.
O biólogo Bruno Stefanis explica que as tartarugas procuram praias com menos movimentação de pessoas para colocarem os ovos. Se a tartaruga que está em desova observar que há presença humana, ela pode voltar ao mar. “As tartarugas sempre procuram local para desovar à noite. Elas vêm para esse trecho porque quase não há tubulação de esgoto e, por consequência, a praia está menos poluída. Já registramos a desova em praias urbanas, como a Jatiúca, mas trouxemos os ovos para um local seguro”, disse Stefanis.
Estimativas do Biota apontam que a cada mil filhotes de tartarugas marinhas nascidos vivos apenas um ou dois consegue chegar a vida adulta. A média de desova é de 100 ovos, mas, na semana passada, mais de 200 tartarugas nasceram de um só ninho.
O tempo de nascimento dos filhotes é de 45 a 60 dias. No 40º dia os biólogos passam a monitorar o ninho para ajudar no nascimento das tartarugas. Eles observam se as tartarugas começam a eclodir dos ovos e se enfileirar no ninho para saírem do buraco para o mar.
“Quando retiramos as tartaruguinhas do ninho colocamos numa distância mínima de dez metros para que elas façam o reconhecimento do local onde nasceram. Esse trajeto é importante por conta do magnetismo, pois quando as fêmeas chegam a idade adulta e começam a se reproduzir, elas voltam para o mesmo local onde nasceram para por os ovos”, explicou a voluntária do Biota, Yasmin Lima, que é estudante de biologia.
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