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Cientista brasileiro descobre a 1ª perereca peçonhenta do mundo... e doeu

Corythomantis greeningi - Carlos Jared/Instituto Butantan
Corythomantis greeningi Imagem: Carlos Jared/Instituto Butantan

Do UOL, em São Paulo

07/08/2015 14h48Atualizada em 08/08/2015 19h03

Um cientista brasileiro descobriu a primeira perereca peçonhenta do mundo da maneira mais difícil. Quando Carlos Jared, do Instituto Butantan, em São Paulo, pegou aquele pequeno exemplar esverdeado e rugoso de Corythomantis greeningi, uma espécie de anfíbio da família Hylidae, durante um trabalho de campo na Floresta Nacional de Goytacazes, no Espírito Santo, a perereca encheu sua mão de espinhos tóxicos.

Imediatamente, ele largou o animal, e uma dor excruciante percorreu seu braço durante cinco horas, diz reportagem da Science. Por sorte, a substância, apesar de duas vezes mais potente que a da jararaca mortal, não foi tão tóxica, e ele passa bem.

Mas a lição ficou. Quando a equipe de Jared encontrou outro anfíbio peçonhento da família Hylidae, a Aparasphenodon brunoi, na Floresta Nacional de Goytacazes, ninguém colocou a mão. 

Aparasphenodon brunoi - Carlos Jared/Instituto Butantan - Carlos Jared/Instituto Butantan
Imagem: Carlos Jared/Instituto Butantan

O anfíbio achado possuía um veneno 25 vezes mais mortal que o da cobra, relata artigo publicado na revista "Current Biology".

Várias outras espécies de pererecas são venenosas, mas até agora nenhuma era peçonhenta, ou seja, capaz de injetar veneno.

Os estudos mostraram que os dois animais descobertos injetam o veneno por espinhos na cabeça, que ficam guardados dentro de glândulas tóxicas na pele.

Quando os animais atacam, a pele contrai-se e os espinhos revestido de veneno são lançados pela boca.

Os pesquisadores acreditam que quando um predador faminto engole o sapo o mecanismo é acionado.