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SeaWorld anuncia que não terá novas gerações de orcas

Crianças olham uma orca no parque SeaWorld, em San Diego, na Califórnia (EUA) - Mike Blake/Reuters
Crianças olham uma orca no parque SeaWorld, em San Diego, na Califórnia (EUA) Imagem: Mike Blake/Reuters

Do UOL, em Sâo Paulo

17/03/2016 09h51

O SeaWorld anunciou nesta quinta-feira (17) que a atual geração de orcas é a última que manterá sob seus cuidados. A chamada "baleia assassina" era o símbolo da rede de parques aquáticos dos EUA e já esteve estampada em versão antiga do logotipo da empresa, famosa pelos shows com animais marinhos.

Em nota divulgada em seu site, o SeaWorld diz que a decisão faz parte de uma nova diretriz da empresa, mais afinada com cuidados do meio ambiente:

O SeaWorld ouviu. A sociedade está mudando, e nós estamos mudando com ela

No anúncio, o parque se compromete a não retirar mais os mamíferos marinhos de seu habitat natural e a interromper a reprodução em cativeiro. O parque não diz nada sobre a criação de golfinhos, que deve ser mantida.

A última vez que o parque retirou uma orca da natureza foi há 40 anos --outras gerações teriam nascido no próprio parque. A última orca a nascer nas dependências do SeaWorld deverá ser o bebê de Takara, que ficou grávida no ano passado.

O parque aquático era criticado por manter orcas e golfinhos longe dos oceanos e pela realização de apresentações que causariam sofrimento aos animais. Em 2013, o documentário "Blackfish" mostrou que orcas do parque viviam em tanques reduzidos e com pouca iluminação e que passavam por duros treinamentos. 

O SeaWorld já havia anunciado o encerramento dos espetáculos com orcas em parque de San Diego, na Califórnia, um dos 11 da rede.

As orcas que atualmente vivem nos tanques de água do SeaWorld não serão soltas na natureza. Segundo o parque, se fossem liberadas no oceano ou levadas para jaulas no mar, os animais, criados em cativeiro, poderiam não sobreviver.

"Eles não conseguiriam competir por comida ou estariam expostos a doenças com as quais nunca tiveram contato".

As orcas também teriam que "lidar com problemas ambientais, incluindo a poluição e outras ameaças causadas pelo homem".

Em artigo publicado nesta quinta no jornal Los Angeles Times, o presidente do SeaWorld, Joel Manby, diz que há nos EUA propostas de leis e novas regras de órgãos reguladores que impedem que orcas sejam mantidas em cativeiro.

Manby diz que, quando o parque iniciou suas atividades, em 1964, as "baleias assassinas" não eram "amadas" como hoje. "Ao contrário, eram temidas, odiadas e caçadas. Meio século depois, as orcas estão entre os mais populares mamíferos marinhos do planeta", afirma. Para ele, as pessoas aprenderam mais sobre as orcas no parque aquático.

Segundo o parque, o objetivo da medida é inspirar os visitantes a adotarem ações de preservação do meio ambiente. "Queremos encontrar novas maneiras de continuar a cumprir o nosso propósito de inspirar nossos hóspedes a protegerem os animais e os ambientes selvagens".

Orcas aposentadas

A última geração de baleias do SeaWorld deve continuar entretendo os visitantes, mas em atividades bem menos "espetaculares", como exibições de exercícios que os animais fazem normalmente para se manterem saudáveis. A atração é chamada de "encontro educativo".

"As orcas [remanescentes] vão continuar a viver no SeaWorld e receber nossos cuidados por muitos anos. Vão continuar a receber os cuidados da mais alta qualidade, com base nos mais recentes avanços na medicina veterinária marinha, da ciência e das melhores práticas zoológicos", diz a nota. Segundo o parque, que possui mais de 50 anos de atividade, as baleias que foram retiradas na natureza no início de suas atividades eram ameaçadas pela caça e estavam em risco de extinção.