Comissão da Verdade promoverá uma reconciliação nacional "doa a quem doer", diz integrante
O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Gilson Dipp defendeu nesta sexta-feira (11) que os trabalhos da Comissão da Verdade deverão cumprir o papel esperado pela sociedade de “recompor o passado” e selar uma reconciliação nacional.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff divulgou o nome das sete pessoas que formarão a comissão, ao todo, são sete integrantes. Dipp é um deles.
A comissão será instalada na próxima quarta-feira (16) e terá dois anos para apurar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar (1964-1988). Porém, não terá poder de punição.
“O Brasil tem que recompor a sua história. Tem que recompor o seu passado. É a procura de uma reconciliação nacional. Doa a quem doer”, afirmou Dipp em visita ao Senado para uma reunião da comissão de juristas que trata da reforma do Código Penal.
Ao ser questionado se o período de dois anos concluir a tarefa seria suficiente, o ministro admitiu que o grupo terá de “racionalizar o trabalho” para poder elaborar no prazo um relatório sobre as circunstâncias das violações investigadas.
Além de Dipp, os outros seis integrantes são: Cláudio Lemos Fonteles, ex-procurador-geral da República; José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; o jurista José Paulo Cavalcante Filho; a psicanalista Maria Rita Kehl; o professor Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro, que participa de missões internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU); e a advogada Rosa Maria Cardoso Cunha, que defendeu a presidente Dilma durante a ditadura militar.
A lei que autorizava a criação da Comissão da Verdade foi aprovada em outubro do ano passado e sancionada um mês depois pela presidente. A demora em nomear foi alvo de críticas de parlamentares e da representantes da sociedade civil.
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