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Comissão da Verdade anuncia que não terá presidente

Daniella Jinkings e Yara Aquino

Da Agência Brasil, em Brasília

16/05/2012 14h56

A Comissão da Verdade, instalada hoje (16), não terá presidente. De acordo com o advogado pernambucano José Cavalcante Filho, integrante do grupo, foi decidido que a comissão terá um coordenador e, durante os dois anos de trabalho, todos os membros assumirão, pelo menos uma vez, a coordenação dos trabalhos.

O primeiro coordenador será Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça.

“O primeiro coordenador tem de ser de Brasília, pois tem de nomear as pessoas, instalar a comissão fisicamente. É muito mais fácil fazer [isso] morando aqui, do que morando em outro Estado. Houve um consenso que deveria ser o ministro Dipp, mas todos serão coordenadores”, disse.

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  • Reprodução de vídeo/NBR

    A presidente Dilma Rousseff (PT) instalou, nesta quarta-feira (16), a Comissão da Verdade, que passará os próximos dois anos apurando violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar

A comissão foi instalada hoje pela presidente Dilma Rousseff. Foram empossados José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça), Gilson Dipp, Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada), Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho (jurista).

Os sete membros farão a primeira reunião nesta tarde. Segundo Filho, o grupo deve acertar quais os consensos da comissão.

“Vamos decidir quais são os objetivos, como a comissão vai funcionar, como vai interagir. Temos direito de acesso às informações do governo, inclusive as supersecretas”.

Para a psicanalista Maria Rita Kehl, o grupo não tem como apurar todos os fatos. “A comissão tem uma capacidade de articular o que vamos descobrir, de maneira a reescrever esse capítulo da história. Espero que a prática da escuta psicanalítica, que escuta também o que não é dito, possa ajudar”, disse.

A Comissão da Verdade terá dois anos para ouvir depoimentos em todo o país, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos. De acordo com o texto sancionado, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e não terá caráter punitivo.

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