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Polícia do Distrito Federal prende em Goiânia bicheiro ligado a Carlos Cachoeira

Cheques e vales encontrados durante apreensão realizada pela operação Jackpot 2 em Goiânia - Antonio Cruz/ABr
Cheques e vales encontrados durante apreensão realizada pela operação Jackpot 2 em Goiânia Imagem: Antonio Cruz/ABr

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia*

14/09/2012 13h17

Suspeito de integrar o grupo do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Arnaldo Rúbio Júnior foi preso na manhã desta sexta-feira (14) em Goiânia. Policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) do Distrito Federal, estão na capital e em demais regiões de Goiás para cumprir mais uma prisão provisória e mandados de busca e apreensão, pela operação Jackpot, que prendeu homens ligados a Cachoeira em 24 de agosto.

Mais um homem, que pode seria uma espécie de porta voz de Arnaldo, é procurado pelos policiais, que estão realizando a operação em Goiânia e Anápolis. Os agentes também apreenderam cheques, vales e documentos da contabilidade da jogatina. Os dois também estão na lista de investigados pela PF, na operação Monte Carlo.

Segundo as investigações da Deco, Arnaldo comandava salas de jogos ilegais no Distrito Federal, que eram abastecidas com máquinas eletrônicas oriundas de Goiás desde 2008.

Com a prisão de Carlos Cachoeira, em fevereiro, ele teria assumido parte do controle dos jogos ilegais em Goiás. Em Goiânia, a estimativa é de que Arnaldo controle, pelo menos, 15 casas clandestinas de jogos.

“Para que o sujeito abrisse uma casa de jogos aqui no DF, ela recebia dos contraventores, pelo menos, R$ 10 mil. Esse era o valor para abertura do cassino, além de todo o material, que era trazido em grandes caminhões para cá”, disse o delegado adjunto da Deco, Fernando Cocito. De acordo com ele, em apenas cinco dias de funcionamento dessas casas, a organização conseguia recuperar o investimento feito

Segundo o delegado, nos dois inquéritos abertos para investigar a existência de jogos de azar no DF, a polícia tem buscado enquadrar os criminosos não apenas na prática da contravenção, que tem uma pena mais branda, mas na de tipos penais como lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular e contrabando, incluindo no inquérito indícios e provas dessas práticas.

“Com o cerco [aos jogos de azar] no Entorno, eles vieram para cá, tentaram a sorte aqui, mas o recado nosso é esse: responderão por lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular, formação de quadrilha. Estamos deixando o recado bem claro de que não são bem-vindos aqui, nunca foram, e que estaremos bem próximos deles”, disse Cocito.

De acordo com a Polícia Civil do DF, são considerados foragidos Walmir José da Rocha e Edvaldo Ferreira Lemos. Os dois são apontados pela polícia como gerentes de cassinos clandestinos no DF. A operação em Goiânia foi realizada com o conhecimento da Justiça e da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, segundo informou Cocito.

Operação Jackpot

A operação Jackpot, que é coordenada pelos delegados da Deco, Henry Peres e Fernando Cocito, aponta que o grupo não foi desarticulado com a prisão de Cachoeira. Com as investigações, a atuação de Goiás teria migrado para o Distrito Federal.

Escutas da polícia apontaram que Otoni Olímpio Júnior -segundo a Polícia Federal, do grupo de Carlos Cachoeira- e Arnaldo Rúbio Júnior eram sócios em bingo eletrônico na Cidade do Automóvel. A tentativa foi frustrada pela Polícia Civil do Distrito Federal que desativou o local e apreendeu 37 máquinas caça-níqueis.

Mas a ação policial não desestimulou a dupla, que, de acordo com as apurações da operação Jackpot, voltou a atuar na região, em Ceilândia, com outros 11 caça-níqueis, que foram desativados posteriormente.

(*com Agência Brasil)