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Comissão da Verdade afirma que já identificou dezenas de participantes da repressão e diz que 50 mil sofreram violência

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

25/02/2013 15h29

Nesta segunda-feira (25), integrantes da Comissão Nacional da Verdade de diversos Estados se reuniram para relatar os avanços dos trabalhos que buscam revelar casos de violação dos direitos humanos durante o regime militar (1964-1985). Na reunião, a CNV revelou que já identificou “várias dezenas” de pessoas que participaram da repressão.

Guaracy Mingardi, assessor da comissão, disse durante a apresentação que pessoas já foram encontradas. “Já identificamos várias dúzias de membros da repressão. Temos nome, RG e endereço dessas pessoas”.

Algumas dessas pessoas devem ser convocadas a depor durante os próximos meses. De acordo com a CNV, se elas não quiserem comparecer às audiências, podem ser processadas por desobediência. Nos nove meses de atuação, a comissão ouviu 12 agentes da repressão.

Na reunião, também foi divulgado que cerca de 50 mil pessoas sofreram violência de repressores durante o período militar no Brasil. Também foi anunciado que locais como o estádio Caio Martins (que pertence ao Botafogo e é localizado em Niterói, no Rio de Janeiro) e navios também serviram de prisão durante o regime militar.

Os dados divulgados nesta segunda-feira vão ajudar no encaminhamento dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. A Comissão é dividida em 12 grupos de trabalho, que pesquisam temas como ditadura e gênero, razões do golpe militar, o caso da guerrilha do Araguaia e Operação Condor (suposto acordo entre ditaduras da América do Sul para trocar informações sobre presos políticos).

A próxima reunião da comissão será realizada no dia 4 de março, em Brasília.