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Dilma lança plano de agricultura sustentável; parte das iniciativas já está em curso

A presidente Dilma Rousseff participa do lançamento do Plano Brasil Agroecológico na 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário - Pedro Ladeira/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff participa do lançamento do Plano Brasil Agroecológico na 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

17/10/2013 11h04Atualizada em 17/10/2013 14h27

A presidente Dilma Rousseff lançou na manhã desta quinta-feira (17) um plano que reúne sob o mesmo guarda-chuva mais de cem iniciativas, geridas por dez ministérios diferentes, voltadas para incentivar no país uma produção agrícola mais sustentável.

Ao se dirigir a uma plateia formada por representantes de movimentos sociais ligados à terra, Dilma ouviu demandas, fez promessas e disse que o programa "não é perfeito". "Ele é perfeito? Ele não é perfeito, não. Se ele fosse perfeito, não seria produto nosso. Ele nasce muito bom, fruto da participação de todos vocês. Mas nós vamos ter de aperfeiçoá-lo sempre."

O Planapo (Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica), que abarca uma seara em que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB-AC) historicamente milita, já estava pronto desde julho, segundo o ministro Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e foi desengavetado num momento em que o debate político se acirra. Dilma vem sendo criticada nessa área por Marina, que pode vir a compor chapa com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na corrida ao Planalto.

No total, serão destinados R$ 8,8 bilhões para o plano ao longo de três anos, sendo R$ 7 bilhões em créditos agrícolas e R$ 1,8 bilhão em investimentos para diversas frentes, incluindo a capacitação técnica dos agricultores. Dilma também anunciou que até dezembro irá assinar cem decretos de desapropriação para reforma agrária. 

O programa reúne 125 iniciativas e começou a ser gestado há dois anos. Em seu discurso, a presidente justificou a demora para conseguir lançá-lo só agora dizendo que dependia da participação de todos os envolvidos. “É óbvio [que demora], porque leva o tempo necessário para que todos participem, para que não saia da cabeça de três ou quatro pessoas”, disse.

O plano reúne também alguns projetos e programas que já existiam e foram adaptados. As iniciativas estão organizadas em quatro eixos estratégicos: produção; uso e conservação de recursos naturais; conhecimento; e comercialização e consumo.

Durante o seu discurso, a presidente foi interrompida diversas vezes pelo público, que fazia demandas diversas. Em um desses momentos, um participante cobrou mais creches rurais, ao que Dilma respondeu que ele teria que "esperar até o próximo plano". Em seguida, para contornar a situação, ressaltou a importância das creches e disse que defendia um atendimento de qualidade para a população.

Antes mesmo da cerimônia de lançamento, a presidente comentou sobre o plano em sua conta no Twitter.

"Vamos incentivar a produção orgânica por agricultores familiares, aumentando a sua renda e ampliando a oferta de alimentos saudáveis na mesa dos brasileiros", postou Dilma. "Serão investidos R$ 8,8 bilhões em três anos. Nunca se investiu tanto em agricultura orgânica no país."

Participaram do lançamento, além de Pepe Vargas, os ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Antônio Andrade (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Manoel Dias (Trabalho), Luiz Alberto Figueiredo (Relações Internacionais), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral).

O lançamento ocorre dentro da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Diante do atraso de mais de meia hora para o início do evento, o público gritava palavras de ordem como "Dilma, vamos lá, a conferência não pode parar".

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