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Dilma recebe restos mortais de Jango com honras militares em Brasília

Do UOL, em São Paulo

14/11/2013 11h50Atualizada em 14/11/2013 12h23

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira (14), na Base Aérea de Brasília, os restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, com honras militares.

A solenidade contou com a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor, dos ministros Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e Maria do Rosário (Secretaria dos Direitos Humanos), além da ex-primeira-dama Maria Tereza Goulart e outras autoridades.

Não houve discursos durante a cerimônia. Momentos antes da solenidade, no Twitter, a presidente disse que a homenagem a Jango é um encontro do Brasil com a história e fortalece a democracia do país.

“Este é um gesto do Estado brasileiro para homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória”, afirmou Dilma, pouco antes da cerimônia.

“Essa cerimônia que o Estado brasileiro promove é uma afirmação da nossa democracia. Uma democracia que se consolida com este gesto histórico”, postou a presidente.

Na solenidade, o governo federal recepcionou os restos mortais de Jango e concedeu a ele honras de Chefe de Estado.

Jango foi deposto pelos militares em 1964 e morreu, supostamente em consequência de um infarto, em 1976, durante exílio na Argentina. Na época, a ditadura não concedeu honras de Chefe de Estado ao ex-presidente.

A exumação, que durou 18 horas e foi concluída na madrugada desta quinta, foi feita graças a uma decisão da Comissão Nacional da Verdade e do MPF-RS (Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul) e deve esclarecer a causa da morte do ex-presidente. 

O neto de Jango, João Marcelo Goulart, que é médico, participou do procedimento, auxiliando os peritos. Para ele, a exumação "transcende o interesse da família. É uma questão de interesse do país".

A família de Jango acredita que ele possa ter sido envenenado em um assassinato político praticado pela "Operação Condor" (uma aliança entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 1970 para perseguir os opositores dos regimes militares da região).

Os restos mortais de Jango passam a ser analisados agora no Instituto Nacional de Criminalística, onde será a realizada a perícia. Não há previsão para a conclusão desse trabalho.