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Governador tucano elogia Dilma em 1ª viagem da presidente a reduto de Aécio em 2014

Presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Belo Horizonte nesta sexta-feira, onde anunciou a liberação de verbas para obras de mobilidade urbana. À esquerda, o ministro Fernando Pimentel; à direita, Aguinaldo Ribeiro (Cidades) - Agência Brasil
Presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Belo Horizonte nesta sexta-feira, onde anunciou a liberação de verbas para obras de mobilidade urbana. À esquerda, o ministro Fernando Pimentel; à direita, Aguinaldo Ribeiro (Cidades) Imagem: Agência Brasil

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

17/01/2014 13h34Atualizada em 17/01/2014 14h46

A presidente Dilma Rousseff escolheu Belo Horizonte para a sua primeira viagem oficial em 2014 e ouviu elogios feitos pelo governador de Minas Gerais, o tucano Antonio Anastasia, no tocante a parcerias firmadas entre o Estado e o governo federal.

Afilhado político do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato do partido para disputar a Presidência contra Dilma em outubro, Anastasia, que será o responsável por apresentar o projeto de governo de Aécio, ressaltou o que denominou de “federalismo de cooperação” para definir a relação entre os governos estadual e federal.

“Eu a cumprimento [a parceria] por ser republicana”, disse o chefe do Executivo estadual durante seu discurso feito nesta sexta-feira (17), na Serraria Souza Pinto, no centro de Belo Horizonte, durante anúncio de investimentos em mobilidade urbana na cidade e no Estado, feita pela presidente, com recursos da União e do Estado. A Prefeitura de Belo Horizonte também vai fazer uma contrapartida com recursos próprios e por meio de financiamento celebrado com a Caixa Econômica Federal.

Junto com Dilma estava o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, pré-candidato petista ao governo de Minas Gerais. Pimentel é figura recorrente em eventos feitos por Dilma no Estado. Além dele, estava o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), rompido politicamente com o PT, mas que elogiou Dilma durante sua fala. A presidente estava também acompanhada do ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades).

“O federalismo de cooperação é o que existe, na prática, nesse momento no Brasil”, disse Anastasia, para complementar: “É exatamente o exemplo desse cooperativismo que estamos vivendo nessa cerimônia”, afirmou.

Segundo o tucano, que deverá deixar o governo estadual no final de março deste ano para concorrer ao Senado, os governantes precisam “dar as mãos” para enfrentar os “desafios” das administrações públicas.

“Com espírito de trabalho integrado, da necessidade de que sabemos que sempre vamos precisar, e precisamos sempre de muito e de mais, porque as necessidades são muitas, as carências existem e essa cooperação tem que se desenvolver sempre porque sabemos que os recursos maiores estão na esfera federal”, disse.

O tucano finalizou sua fala agradecendo a visita de Dilma ao Estado e afirmando que irá continuar “nessa mesma toada, trabalhando por Minas e pelo Brasil”.

Por seu turno, Dilma retribuiu elogiando a parceria firmada pela sua administração e o governo estadual e a prefeitura, dizendo que essa modalidade é uma marca do seu governo.

“O que nos une é que nós fomos eleitos pelo voto popular. E é isso que fundamenta a nossa cooperação. Nós temos de responder a todos o que nos elegeram. E também aos que não votaram em nós. Nós somos obrigados, ao nos elegermos, responder perante toda a população. Por isso eu digo, eu sou presidenta de todos os brasileiros”, disse a mandatária, afirmando que não faz “discriminação entre partidos políticos”. Dilma ainda brincou com os presentes ao dizer que também não discriminaria partidos e times de futebol, aludindo à intensa rivalidade existente no Estado entre torcedores do Atlético Mineiro e do Cruzeiro.

“Estavam ali tentando me convencer a fazer uma discriminação por times de futebol. Eu sou obrigada a falar do Cruzeiro, você me desculpem (a presidente se diz torcedora do Atlético)”, explicou. O senador Aécio Neves, por seu turno, é torcedor declarado do Cruzeiro.

A presidente, em seguida, declarou que o governo federal teria direcionado recursos volumosos aos Estados e municípios. Sem citar nomes, ela afirmou que investimentos de governos anteriores na mobilidade urbana não eram feitos.

“Uma questão grave no Brasil é que nós paramos uma época de investir. Não se investia no Brasil. Tanto é que, só no meu governo, nós conseguimos elevar esse investimento a uma cifra que começa a resolver o problema. Nós estamos colocando em mobilidade urbana, nos quatro anos do meu governo, para o Brasil inteiro, um pouco mais de R$ 140 bilhões”, declarou.

Segundo ela, a União não pode se eximir de continuar auxiliando os governos estaduais e municipais em obras de infraestrutura.

“Mesmo que uma série de atribuições seja de Estados e municípios, é uma visão absolutamente incorreta pensar, como se pensou no passado, que a união poderia ter uma atitude do tipo “Pôncio Pilatos” e lavar as mãos. Porque a questão da mobilidade urbana, a questão do investimento em infraestruturas exigem volumes expressivos de recursos”, disse.  Ao final do evento, a presidente retornou para Brasília.