Opositor do regime, Suplicy cresceu em família que apoiou golpe de 1964
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) tinha 22 anos quando militares deram um golpe de Estado e estabeleceram um regime de exceção no país. Em 1964, Suplicy era universitário e presidente do centro acadêmico da FGV (Faculdade Getulio Vargas) em São Paulo. Filho de família tradicional e rica, o parlamentar desde a juventude tendeu para esquerda. Ele conta que, mesmo com a família a favor do golpe, promovia debates na FGV com representantes da esquerda que defendiam ideias sobre reformas de base para o país.
Seus familiares participaram da Marcha da Família com Deus pela Liberdade ocorrida em 19 de março de 1964. O movimento foi uma reação do clero conservador, do empresariado e da direita, em geral, contra as reformas do então presidente João Goulart (PTB). O presidente acabou deposto no dia 1º de abril daquele ano.
"Meus pais sempre tiveram muito carinho e sempre respeitaram as minhas atividades e nunca me censuraram por isso. Eu não fui participar da marcha porque percebi que era uma marcha bastante conservadora e eles sabiam que estava defendendo que não houvesse o golpe militar", diz Suplicy. "Eu era considerado um progressista por ter amigos de esquerda."
Suplicy chegou a compor uma organização não reconhecida legalmente pelo regime militar, mas nunca foi preso. O parlamentar era o vice-presidente da UEE (União Estadual dos Estudantes) de São Paulo em 1964.
O curioso é que o grupo ficou na ilegalidade graças a uma norma de autoria de um membro de sua família, a lei Suplicy de Lacerda. Foi um primo de segundo grau de seu pai, Flavio Suplicy de Lacerda, quem formulou a regra que proibiu naquele ano as atividades políticas das organizações estudantis como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e as UEEs durante a ditadura. Suplicy de Lacerda foi ministro da Fazenda do governo do general Castelo Branco.
"Eu nunca fui detido perseguido ou impedido de realizar minhas atividades", comenta o senador.
Ao comentar os tempos de repressão, o senador lamenta a censura e o cerceamento das liberdades individuais. Também defende os manifestantes de hoje e festeja a democracia, mas faz um apelo para que os protestos sejam sempre pacíficos.$escape.getH()uolbr_geraModulos($escape.getQ()embed-lista$escape.getQ(),$escape.getQ()/2014/saiba-mais-1395076732147.vm$escape.getQ())
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