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'Perdas podem ser recuperadas', diz presidente da Petrobras

A presidente da Petrobras, Graça Foster, voltou ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (30) para esclarecer as denúncias envolvendo a estatal - Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
A presidente da Petrobras, Graça Foster, voltou ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (30) para esclarecer as denúncias envolvendo a estatal Imagem: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

30/04/2014 11h43Atualizada em 05/05/2014 12h48

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou, em audiência pública da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (30), que os prejuízos com a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), podem ser recuperados total ou parcialmente.

“As perdas de Pasadena podem ser recuperadas totalmente ou parcialmente”, disse. Ao responder a perguntas dos deputados, a dirigente afirmou que os prejuízos de Pasadena podem ser revertidos, mas investir na refinaria não é prioridade da Petrobras neste momento.

A executiva voltou ao Congresso Nacional para esclarecer as denúncias envolvendo a estatal. No última dia 15, Graça afirmou, em audiência pública no Senado, que a aquisição da refinaria não foi um bom negócio. Na ocasião, defendeu a presidente Dilma Rousseff e endossou sua versão de que a compra foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras com informações incompletas, que não indicavam cláusulas lesivas à empresa.

A audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara durou pouco mais de quatro horas, e acabou repetindo boa parte do conteúdo que já havia sido exposto na sabatina no Senado. Os deputados da oposição tentaram apontar contradições na fala da executiva, e a bancada do governo elogiou a atuação de Graça à frente da estatal.

Durante sua apresentação inicial de cerca de 40 minutos, Graça não chegou a utilizar a expressão "mau negócio", mas voltou a afirmar que a aquisição de Pasadena em 2006 era uma transação que se enquadrava no planejamento estratégico da Petrobras e potencialmente bom, mas que após 2008 a operação se tornou um negócio de baixo retorno.

Pressionada por deputados, Graça se corrigiu. "Com as informações disponíveis hoje não posso afirmar que foi um bom negócio. Era um negócio potencialmente bom, mas na presente data não é possível afirmar que foi um bom negócio", defendeu a presidente da Petrobras ao responder a perguntas dos deputados, que apontaram contradição em relação ao que ela havia declarado em audiência no Senado.

Graça também afirmou novamente que o resumo explicativo que balizou o Conselho de Administração da Petrobras para autorizar a compra de Pasadena não continha as cláusulas “Marlim” e “Put Option”, que teriam gerado prejuízos à estatal. A "Put Option" estabelecia que em caso de desacordo entre os sócios uma parte comprasse a outra e a "Marlim" dava à outra sócia uma garantia de rentabilidade mínima de 6,9% ao ano, mesmo em condições adversas.

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Em audiência na Câmara em 16 de abril, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que as cláusulas omitidas no resumo não eram relevantes, rebatendo declaração da presidente Dilma Rousseff de que o seu relatório sobre a compra de Pasadena era "falho" por causa dessa omissão.

A executiva da Petrobras disse ainda que para manter Pasadena entre 2006 a 2013 a Petrobras gastou US$ 685 milhões.

“Não é um valor muito diferente para manter no Brasil. Não chamo de investimentos adicionais o que foi utilizado em Pasadena”, defendeu Graça ao justificar parte dos gastos da estatal com refinaria.

Ao encerrar seu depoimento, Graça disse que tinha "certeza" de que os funcionários da Petrobras que a acompanharam estavam satisfeitos. 

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