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Ex-presidente da Petrobras isenta Dilma de responsabilidade por Pasadena

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

20/05/2014 12h01

Em depoimento na CPI da Petrobras no Senado, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli saiu nesta segunda-feira (20) em defesa da presidente Dilma Rousseff e disse que não é dela a responsabilidade da compra da refinaria de Pasadena, investigada sob suspeita de ter representado prejuízo milionário.

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À época da aquisição, Dilma era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração da estatal. Segundo ele, a decisão foi colegiada.

"Não considero a presidente [Dilma] responsável pela compra de Pasadena. A responsabilidade é da diretoria da Petrobras e do Conselho de Administração, que passou por todos os procedimentos internos da Petrobras. Então, essa que é a questão chave. É um processo de decisão que não é individualizado, é um processo de decisão coletivo", disse a parlamentares da CPI. Gabrielli foi a primeira pessoa a prestar depoimento na comissão, controlado por governistas.

O tom de Gabrielli é bem mais ameno do que a sua entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” há um mês, quando disse que Dilma não podia “fugir da responsabilidade dela".

"A presidente Dilma é uma profissional de extrema competência, gerente de extrema competência, pessoa de opiniões muito firmes, portanto, tem posições muito firmes. Porém, as decisões do conselho são colegiadas", afirmou hoje o ex-presidente da estatal.

Ao justificar o seu aval à compra, a presidente Dilma disse que o relatório apresentado aos conselheiros era "falho e incompleto" e que, se ela tivesse ciência das cláusulas do contrato que acabaram elevando o custo da compra pela Petrobras, teria vetado o negócio.

Gabrielli ressaltou que, mesmo que em 2006 Dilma se mostrasse contrária à compra, haveria debate no conselho.

"Se ela [Dilma] colocasse essa posição [contrária] em 2006, eu não posso dizer qual seria a posição do conselho, porque haveria debate. (...) Evidente que ela, como presidente do conselho, tem um papel importantíssimo, mas o conselho debate. Não posso estimar qual seria posição do conselho se na hipótese a presidente demonstrasse a posição que ela está legitimamente defendendo hoje. Sei apenas que a decisão do conselho é colegiada."

Gabrielli também afirmou que a refinaria de Pasadena estava "barata" quando foi comprada. "Era também uma refinaria que estava barata, porque foram comprados os primeiros 50% equivalentes a menos da metade do preço médio das refinarias por barril de destilação na época", declarou.