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Ex-diretor da Petrobras isenta Dilma de responsabilidade por Pasadena

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

22/05/2014 13h03

O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse nesta quinta-feira (22) que a presidente Dilma Roussef não tem responsabilidade na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, durante depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras do Senado. O ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli também isentou a presidente da responsabilidade sobre a operação.

Cerveró foi quem preparou o parecer técnico considerado “falho” que balizou a análise do Conselho de Administração da Petrobras sobre compra de Pasadena. Dilma presidia o colegiado em 2006 quando aquisição de 50% da refinaria foi aprovada. O resumo executivo não possuía duas cláusulas contratuais que teriam gerado prejuízo à estatal.

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“A presidente Dilma Rousseff não teve responsabilidade na compra porque não é atribuição do Conselho de Administração esse tipo de decisão operacional, o conselho toma decisões estratégicas. É sempre uma decisão coletiva e normalmente a aprovação é feita de forma unânime. Nem a presidente, nem nenhum conselheiro é um responsável unitário. Foi um acerto coletivo, colegiado, como é toda decisão da diretoria executiva e do conselho. Na há um responsável”, declarou Cerveró.

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O ex-diretor da estatal também afirmou, no entanto, que se sente, ao lado de toda diretoria da Petrobras, responsável pela decisão. “Não quero me isentar de culpa, eu sou participante dessa operação”, afirmou.

“É responsabilidade do conselho decidir baseado no resumo. As cláusulas não constavam do sumário executivo. É um detalhe contratual. Essas cláusulas não têm interferência nos critérios para a aprovação dos conselhos”, afirmou Cerveró.

O ex-diretor afirmou ainda que tinha conhecimento das cláusulas, era minha obrigação, mas voltou a dizer que a minimizar o efeito nocivo delas. “Eu não omiti, nós apenas consideramos que essas cláusulas não representaram nenhum impedimento ao contrato.”

"Eu não enganei o conselho. É injusto afirmar que eu enganei alguém. Eu tenho convicções de que apresentei todas as condições [relevantes] para compra e de que não enganei ninguém", disse ao repetir o discurso já feito na Câmara do Deputados em abril

Cerveró também voltou a defender a compra de Pasadena, pois o negócio “se enquadrava no planejamento estratégico da Petrobras à época” por causa da necessidade de expansão do mercado no exterior. O depoimento de Cerveró é parecido com o de Gabrielli na terça-feira (20) que também defendeu a operação.

Com o boicote da oposição, Cerveró está confortável para responder a pergunta dos senadores. A CPI da Petrobras do Senado tem maioria governista. Dos 13 membros, 10 são da base aliada. Boa parte dos parlamentares não compareceu da reunião de hoje.