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Barbosa nega que ameaças de morte motivaram sua saída

Joaquim Barbosa preside sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) nesta terça-feira (3) - Pedro Ladeira/Folhapress
Joaquim Barbosa preside sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) nesta terça-feira (3) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

03/06/2014 12h45

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, negou nesta terça-feira (3) que a sua aposentadoria precoce tenha sido motivada por ameaças de morte que recebeu e afirmou que os trâmites para a sua aposentadoria devem levar ainda uns 15 dias.

“Imagina”, respondeu ao ser questionado sobre se a hostilidade nas redes sociais por conta da sua atuação à frente do julgamento do mensalão do PT teria influenciado sua decisão. Em outro episódio, foi abordado por um grupo de militantes do PT ao deixar um restaurante em Brasília.

Indagado sobre as ameaças de morte que teria recebido, Barbosa respondeu que era verdade apenas o relatado pela revista “Veja”. A publicação revelou que um perfil no Facebook dizia que o ministro "morreria de câncer ou com um tiro na cabeça”. O caso é investigado pela Polícia Federal, que já abriu inquérito contra o autor da página.

Barbosa não fez, porém, qualquer menção às ameaças que o chefe de gabinete da presidência do STF, o diplomata Sílvio Albuquerque Silva, diz que ele recebeu, por telefone, no gabinete e na casa dele.

Sobre a sua saída, não deu data exata, mas informou que os trâmites devem levar em torno de duas semanas. "Há uma tramitação, não é algo assim simples, não. Leva uns 15 dias", disse no intervalo da sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), do qual também é presidente, em sua primeira agenda pública desde que anunciou a sua saída.

Questionado sobre a sua expectativa acerca das próximas semanas, Barbosa brincou e disse apenas que a sua expectativa naquela hora era almoçar. "Estou com uma fome", declarou.

Barbosa anunciou na quinta-feira passada que deixará a Suprema Corte até o final deste mês, pegando de surpresa os colegas da Corte. O mandato dele na presidência do Supremo se encerraria somente em novembro próximo. E, aos 59 anos, ele está ainda bem longe da idade de aposentadoria compulsória para juízes, que é de 70 anos.

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