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Perguntem à Polícia Federal e ao MP, diz Lula sobre Lava Jato

Denise Paro

Do UOL, em Foz do Iguaçu

20/11/2014 15h41

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou falar nesta quinta-feira (20) sobre a operação Lava Jato da Polícia Federal durante evento em Foz do Iguaçu (Paraná), onde participou do encontro "Cultivando Água Boa", promovido pela Itaipu Binacional.

Ao ser questionado por jornalistas quando deixava o evento, Lula falou para imprensa procurar órgãos oficiais. “Perguntem para a Polícia Federal e para o Ministério Público.”

Um esquema bilionário de lavagem e desvios de dinheiro envolvendo a Petrobras veio à tona em março deste ano, quando a PF deflagrou a operação Lava Jato. Na época, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, considerado o chefe do esquema, foram presos. Na última semana, 24 investigados foram presos, mas 11 deles já foram soltos após prestar depoimento. Um dos presos, o ex-diretor Renato Duque, teria sido indicado ao cargo pelo PT.

Em palestra proferida no encontro, o ex-presidente defendeu o governo Dilma e disse que aqueles que atacam a presidente terão uma surpresa com o segundo mandato dela. “Vão ter uma surpresa extraordinária porque ela sabe que ela tem que fazer o melhor governo desse país. Ela sabe que daqui a quatro anos vai ter que escolher qual a imagem que ela quer deixar depois de uma mulher governar esse país durante 8 anos”. Para Lula, Dilma vai dar um "show" no segundo mandato dela.

Lula lembrou ainda as dificuldades que passou em seu primeiro mandato e da tentativa de impeachment. “Tentaram até falar em impeachment para mim, eu disse para eles: 'vocês querem impeachment, nós vamos disputar na rua, vamos na rua conversar com o povo'. Eles têm que aprender respeitar o resultado da democracia, a democracia ganha quem tiver mais votos, aqueles que têm mais eleitores”, pontuou.

No discurso, Lula também enfatizou a importância do programa Bolsa Família e da distribuição de renda no Brasil. “Se criou nesse país a ideia e de que o Bolsa Família sustenta vagabundo. E quem fala isso, às vezes, são pessoas que não conhecem. As pessoas não sabem o efeito multiplicador da política de transferência de renda”.

Antes de iniciar a palestra, o ex-presidente pediu que a plateia se levantasse para fazer um minuto de silêncio, em homenagem ao ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que esteve à frente da pasta durante seu governo e morreu hoje.

O ex-presidente esteve acompanhado do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do diretor geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Ele deixou o evento por volta das 13h.