Câmara mantém votação de cassação de André Vargas para hoje
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) manteve a votação do pedido de cassação do deputado federal André Vargas (sem partido-PR) para esta quarta-feira (10). Ele é suspeito de ter intermediado negócios do doleiro Alberto Youssef com o Ministério da Saúde.
A sessão que votaria o pedido de cassação de Vargas havia sido encerrada às 13h02 por falta de quórum. Uma nova sessão foi aberta, mas sem o pedido de cassação de Vargas na pauta.
Revoltada, a oposição chamou o encerramento da sessão de "manobra" para proteger Vargas. Os parlamentares de oposição alegaram que a sessão, encerrada duas horas depois do seu início, só poderia ter sido encerrada por falta de quórum quatro horas depois do seu início.
Henrique Alves assumiu a responsabilidade pelo encerramento da primeira sessão, feita pelo deputado José Mentor (PT-SP), mas negou a "manobra".
“Assumo a responsabilidade de ter concordado com o seu encerramento, ao ser informado que duas horas se passaram e o quórum não havia se formado. Não foi no intuito de proteger ninguém”, afirmou.
A nova sessão aberta já atingiu o quórum mínimo para votar a cassação, que é de 257 deputados.
Mais cedo, Vargas tentou adiar, mais uma vez, a votação. Ele encaminhou à Câmara um atestado médico indicando que ele havia sido submetido a uma cirurgia odontológica e que por isso não poderia estar presente à sessão na qual ele faria sua própria defesa.
O atestado, porém, não surtiu efeito. O deputado Eurico Júnior (PV-RJ), indicado como defensor de Vargas, leu a defesa de Vargas. A votação da cassação já foi adiada seis vezes.
O caso
André Vargas foi filiado ao PT entre 1990 e 2014. No início da operação Lava Jato, Vargas foi flagrado intermediando negócios do doleiro Alberto Youssef com o Ministério da Saúde.
Vargas admitiu conhecer Youssef, mas negou qualquer irregularidade em seu relacionamento com o doleiro. O deputado foi então pressionado pelo PT a deixar a vice-presidência da Câmara e a se desfiliar o partido.
Em agosto, o Conselho de Ética considerou que Vargas quebrou o decoro parlamentar. O parecer do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) também levou em consideração a locação de um avião utilizado por Vargas para passar férias com a família no Nordeste, a um custo de R$ 105 mil, custeado por Youssef.
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