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Pastor, vereador envolvido em escândalo sexual renuncia em Campo Grande

Vereador de Campo Grande Alceu Bueno (PSL), que renunciou ao cargo nesta terça-feira (28) - Câmara Municipal de Campo Grande
Vereador de Campo Grande Alceu Bueno (PSL), que renunciou ao cargo nesta terça-feira (28) Imagem: Câmara Municipal de Campo Grande

Luiz Felipe Fernandes

Do UOL, em Campo Grande

28/04/2015 17h48

O vereador de Campo Grande Alceu Bueno (PSL) renunciou ao cargo na manhã desta terça-feira (28), menos de uma semana depois de ter sido indiciado pelo crime de exploração sexual de menores.

Bueno, que é pastor evangélico, e mais quatro pessoas –-incluindo outros dois políticos de Mato Grosso do Sul-– estão envolvidos no escândalo sexual investigado pela Polícia Civil.

Na carta-renúncia, entregue à Presidência da Câmara pelos advogados de Bueno, ele alega inocência e afirma ser vítima, pois foi ele quem levou o caso às autoridades. “Esta renúncia é motivada para eu exercer de maneira tranquila, lídima e transparente, minha ampla defesa”, informa a carta.

Segundo a polícia, Alceu Bueno e o ex-deputado estadual Sérgio Assis aparecem em imagens gravadas com uma câmera escondida, durante encontros sexuais com meninas de 15 anos.

A defesa diz que Bueno “nega com veemência” qualquer envolvimento com a exploração sexual de adolescentes. O advogado Fábio Theodoro de Faria não descarta a possibilidade de montagem e vai solicitar que os vídeos sejam periciados.

Já o advogado do ex-deputado Sérgio Assis, Vinicius Leite Campos, disse que vai aguardar a manifestação do Ministério Público. Assis também foi indiciado por exploração sexual de menores, mas está em liberdade.

Delação

De acordo com as investigações, o aliciamento das adolescentes e a orientação para que os encontros fossem gravados eram feitos por Fabiano Viana Otero, preso no último domingo (26). Ele confessou o crime.

Otero esteve na manhã de hoje no Ministério Público Estadual para acertar os termos da delação premiada a ser encaminhada à Justiça.

Segundo o advogado Amilton Ferreira de Almeida, o acusado pretende entregar mais vídeos e revelar o nome de pelo menos outros dez envolvidos no esquema, incluindo mais políticos de Mato Grosso do Sul.

Extorsão

As primeiras prisões aconteceram há cerca de duas semanas, quando Alceu Bueno procurou a polícia alegando estar sendo vítima de extorsão.

Ele já teria pago R$ 100 mil para o empresário Luciano Roberto Pageu e para o ex-vereador Robson Martins, para que imagens de encontros sexuais não fossem divulgadas.

No último dia 16, sob supervisão da Polícia Civil, Bueno se encontrou com os dois para entregar mais R$ 15 mil, momento em que foram presos em flagrante.

O advogado Ramon Sobral disse ao UOL que Pageu e Martins negam a extorsão e que se encontraram com Alceu Bueno apenas para “mediar uma situação”.