Lula, Putin, Trump: líderes mandam mensagens políticas no Ano-Novo

O Réveillon também é marcado por discursos de chefes de Estado e de governo, que aproveitam a virada do ano para divulgar mensagens políticas. Enquanto Vladimir Putin e Xi Jinping mostram sua cumplicidade, Emmanuel Macron tenta melhorar sua popularidade, Donald Trump se prepara para assumir novo mandato como chefe da Casa Branca e Lula celebra o impacto de suas políticas públicas.

Como manda a tradição, em vários países os chefes de Estado e de governo apresentam publicamente seus votos para o ano que começa. Na China, o presidente Xi Jinping prometeu "políticas econômicas mais proativas" em 2025. A segunda maior economia do planeta teve um ano em marcha lenta em razão das dificuldades do mercado imobiliário local e da queda do consumo.

Desde o final de setembro, as autoridades chinesas têm multiplicado medidas de estímulo, incluindo cortes nas taxas de juros e um relaxamento das regras de compra de imóveis, para aquecer a demanda doméstica. Segundo Xi Jinping, essas iniciativas contribuíram para que o país enfrentasse com sucesso as mudanças do ambiente internacional e as transformações internas.

A mídia estatal chinesa também deu destaque para a troca de saudações de Ano Novo entre Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin, lembrando a crescente aproximação entre os dois países. Xi disse a Putin que as duas nações "sempre avançarão de mãos dadas", segundo informou a agência de notícias oficial Xinhua na terça-feira (31).

Pequim tem mantido fortes laços diplomáticos e comerciais com Moscou principalmente desde a invasão da Ucrânia em 2022, ajudando a compensar as sanções ocidentais e as tentativas de isolar Putin.

25 anos de Putin no poder

Do lado do Kremlin, o presidente russo aproveitou a data para celebrar seus 25 anos no poder. Saudando um país "independente, livre e forte", ele disse que a Rússia tinha "sido capaz de enfrentar os desafios mais difíceis".

"Ainda há muito a ser feito, mas podemos nos orgulhar do que foi alcançado, que é nosso bem comum para o desenvolvimento futuro", disse ele em seu tradicional discurso à nação, no qual fez apenas uma referência passageira ao conflito na Ucrânia. "Nesta véspera de Ano Novo, os pensamentos e as esperanças de familiares e amigos, de milhões de pessoas em toda a Rússia, estão ao lado dos nossos combatentes e comandantes", declarou. "Agora, no início de um novo ano, pensamos no futuro. Temos a certeza de que tudo ficará bem. Só vamos avançar", acrescentou.

Putin mencionou o "primeiro quarto do século 21", que também corresponde aos seus 25 anos à frente do país. Em 31 de dezembro de 1999, Putin, então primeiro-ministro, sucedeu o presidente russo Boris Yeltsin, que, doente, renunciou ao cargo para a surpresa de todos. Desde então, o homem forte do Kremlin se orgulha de ter transformado a Rússia novamente em uma grande potência, capaz de competir com o Ocidente, e de ter restaurado a honra dos russos após uma dissolução do império soviético.

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Embora só seja empossado em 20 de janeiro, Donald Trump também aproveita esse fim de ano para divulgar, desde o Natal, mensagens sobre o que pretende para 2025 à frente dos Estados Unidos. Em uma série de mensagens em sua rede social, a Truth Social, o presidente eleito atacou nos últimos dias o Canadá, o Panamá e a Groelnândia. O novo chefe da Casa também criticou os "loucos radicais de esquerda" que estariam perturbando o sistema judiciário americano.

Macron reconhece responsabilidade na crise política

Na França, o presidente Emmanuel Macron fez um discurso às 20h (16h em Brasília) no qual também apresentou seus tradicionais votos de Ano Novo. O pronunciamento do chefe de Estado acontece em um momento delicado, marcado por baixos índices de popularidade, principalmente após a sua decisão de dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas que, seis meses depois, ainda não estabilizaram as tensões políticas no país.

"Se eu decidi dissolver [a Assembleia], foi para lhes dar novamente a palavra. Para encontrar a clareza e evitar o imobilismo que ameaçava [o país]", disse Macron. No entanto, "essa decisão produziu mais instabilidade do que serenidade e eu assumo minha parte [de responsabilidade]", admitiu o chefe de Estado, mesmo se martelou que "a assembleia atual representa o país na sua diversidade e também em suas divisões".

O presidente francês disse que o país conseguiu enfrentar com sucesso os desafios aos quais foi confrontado em 2024 graças à união, à determinação e à solidariedade do povo francês. E insistiu que 2025 "deve ser um ano de união e de responsabilidade para construir uma França mais forte e mais independente".

Macron lembrou do sucesso dos Jogos Olímpicos de Paris, da reabertura da catedral de Notre Dame e ainda da modificação da Constituição para garantir às mulheres o acesso e o direito ao aborto. Mas o presidente também falou dos obstáculos enfrentados durante o ano, como as catástrofes climáticas, a desaceleração econômica mundial e a crise dos agricultores, "que continuaremos a apoiar", disse. "Cada um de vocês é necessário para construir uma República ainda mais bela", concluiu o chefe de Estado francês.

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Já o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, termina o ano com uma mensagem de otimismo e agradecimento. "2024 foi um ano generoso", disse o chefe de Estado nas redes sociais. "Percorri os quatro cantos do Brasil e vi de perto a gratidão daqueles que foram impactados pelas políticas públicas. Cada encontro reafirmou a importância de seguir trabalhando. Em 2025, faremos ainda mais!", concluiu Lula.

(Com agências)

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