Topo

Após manifestações, governo evita "pedir desculpas" e fala em otimismo

A partir da esq., o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, o ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, e o líder do governo no Senado, José Pimentel (PT-CE), falam sobre manifestações do domingo - Reprodução/NBR
A partir da esq., o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, o ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, e o líder do governo no Senado, José Pimentel (PT-CE), falam sobre manifestações do domingo Imagem: Reprodução/NBR

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

17/08/2015 12h25Atualizada em 17/08/2015 15h12

Um dia após as manifestações contrárias à presidente Dilma Rousseff (PT), o governo evitou “pedir desculpas” e falou em “otimismo” em relação a um novo período na agenda política.

A avaliação foi feita pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, durante entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (17), em Brasília.

O que nós queremos é a construção de uma agenda, de um ambiente de otimismo, para que a gente acredite e temos que acreditar na força do nosso país e que em breve, se nós brasileiros acreditarmos no país que estamos construindo, o Brasil voltará a crescer”, afirmou Edinho Silva.

A entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira aconteceu após a reunião da coordenação política do governo que reuniu 16 pessoas, entre a presidente Dilma, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), ministros, senadores e deputados. Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), a aproximação do governo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu um “novo período” político.

“É um novo período que se abriu semana passada, mesmo considerando as manifestações”, afirmou Guimarães. 

Edinho Silva disse que a presidenta Dilma reconheceu as manifestações do último domingo como importantes. “A reação da presidenta Dilma [às manifestações] é a reação de uma mulher que luta pela democracia, que reconhece a importância das mobilizações, mas encara como fazendo parte do regime democrático”, afirmou.

Edinho Silva questionou a nota emitida pelo presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinicius Coêlho, na qual ele afirma que a presidente Dilma deveria pedir “desculpas” ao Brasil. “Penso que, se trabalhar para a manutenção dos empregos no Brasil, se trabalhar pela renda da população, sobretudo a população mais marginalizada historicamente deste país, se trabalhar pela manutenção de programas sociais é um equívoco, então que se constate o equívoco”, disse o ministro.

Mesmo rebatendo a declaração do presidente da OAB, Edinho Silva afirmou que o governo respeita o posicionamento da instituição e que ela será “ouvida e será tratada com o respeito que essa manifestação merece”.

Mudança de tom

Em uma clara demonstração de mudança no tom do governo em relação às manifestações, Silva afirmou que, apesar da queda no número de pessoas que participaram de protestos no último domingo em relação a manifestações anteriores, o governo diz reconhecer a importância dos atos do último domingo. No início do ano, líderes petistas criticaram os protestos contra a presidente Dilma. 
 
“Existiu um recuo [no número de manifestantes], o que para nós não deixa de fazer com que essa manifestação seja importante. Reconhecemos a importância da mobilização. Reconhecemos que ela tem significado. Não quero aqui entrar na caracterização socioeconômica de quem foi para as ruas de acordo com as pesquisas que foram divulgadas”, afirmou o ministro.

No último domingo (16), manifestações contrárias ao governo da presidente Dilma Rousseff e contra o PT foram realizadas em todos os Estados do Brasil e no Distrito Federal. Diferentemente de manifestações ocorridas nos últimos meses, as manifestações tiveram a participação dos principais líderes da oposição como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e José Serra (PSDB-SP).