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"Encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim", diz Dilma

Do UOL, no Rio

16/09/2015 12h14Atualizada em 16/09/2015 13h28

A presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a criticar os movimentos políticos que querem sua saída do poder na manhã desta quarta-feira (16), em cerimônia no município de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, "Qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. É golpe. Principalmente quando esse caminho é feito só de atalhos", declarou.

Foi a segunda vez no mesmo dia que a presidente criticou o que chama de "golpe". Na manhã desta quarta, Dilma afirmou em entrevista à rádio Comercial AM, de Presidente Prudente, que "é fundamental ter muita calma nessa hora" e que o momento do país pede união, independente de preferências pessoais ou partidárias. "Esse método de usar a crise como mecanismo para chegar ao poder é uma versão moderna do golpe", declarou à rádio.

"Tem muita gente no nosso país que aposta no quanto pior, melhor. Mas isso prejudica é a população. Nós conquistamos a democracia com imenso esforço. A base da democracia é a legalidade e a legitimidade dada pelo voto de cada um dos brasileiros", afirmou a petista, em discurso durante a entrega de 2.343 casas do Conjunto Habitacional Jardim João Domingos Netto, pela segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida. O investimento nas unidades foi de R$ 154,6 milhões.

Simultaneamente, no município de Cotia, na Grande São Paulo, foram entregues 256 apartamentos do Condomínio Rubi, com investimento de R$ 24,51 milhões do mesmo programa.

Dilma também criticou o pessimismo com o cenário econômico do país, depois de reconhecer que o Brasil por uma crise. "Nós hoje vivemos um momento de dificuldade. Como qualquer família, a gente tem que dar uma apertada no cinto [...] Quem acha que tudo vai dar errado, chama o erro para si mesmo. Quem acha que tudo está ruim, chama a dificuldade para si mesmo", disse a petista, que admitiu que é preciso "tranquilidade para reconhecer onde está o problema".

A presidente garantiu que, apesar dos cortes de gastos anunciados pelo governo, a terceira fase do programa habitacional vai sair do papel. "Nós vamos começar o Minha Casa, Minha Vida 3 com cuidado, mas vamos começar. Não há hipótese de isso não acontecer".

Ela disse ainda que estão previstos investimentos de R$ 700 milhões na região no período entre 2015 e 2018, que incluem infraestrutura, projetos sociais como o Bolsa Família, saúde e educação.

Nesta segunda (14), o governo apresentou um pacote fiscal para para tentar reequilibrar as contas públicas que, entre outras medidas, propõe a recriação da CPMF. Empresários e políticos da base aliada e da oposição, porém, se opuseram às propostas.