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Clima de apreensão toma conta de ministérios na mira do corte de Dilma

Kleiton Amorim/UOL
Imagem: Kleiton Amorim/UOL

Márcio Neves

Do UOL, em São Paulo

23/09/2015 21h30

A eventual reforma ministerial no governo Dilma Rousseff preocupa parte dos servidores públicos que trabalham em Brasília. Existia a possibilidade de as mudanças serem anunciadas nesta quarta-feira (23) pela presidente, o que aumentou o clima de apreensão em algumas pastas apontadas como alvo dos cortes.

A reportagem do UOL apurou que, em ao menos três pastas - Secretaria de Aviação Civil, Secretaria de Portos e Ministério da Pesca -, o ambiente está pesado, principalmente entre os servidores comissionados, aqueles que foram indicados ao cargo, sem ter de passar por concurso público. 

À frente das três pastas estão peemedebistas: na Aviação Civil, Eliseu Padilha, nos Portos, Edinho Araújo, e na Pesca, Helder Barbalho.

Alguns servidores relataram que foram alertados pelo próprio ministro ou assessores graduados que o fim da pasta já era dado como certo. O alerta soou como um "aviso prévio".

Entre os mais bem relacionados politicamente, as conversas e articulações para que sejam realocados em outras pastas ou estatais (empresas administradas pelo governo) ficaram mais intensas.

Os servidores menos graduados, no entanto, estão apreensivos e comentam sobre o "pavor" do desemprego. "Não se fala em outra coisa nos corredores", revela um dos funcionários ouvidos pelo UOL. Oficialmente, nenhuma autoridade se pronuncia sobre a questão.

22.504 comissionados no governo federal

Atualmente existem cerca de 22.504 servidores em cargos comissionados, segundo dados de abril deste ano disponíveis no site do Ministério do Planejamento.

Esses cargos são conhecidos como DAS (Direção e Assessoramento Superior) e abrigam nomeados para funções de comando ou assessoria. Os cargos são classificados conforme a hierarquia, de 1 a 6, com salários entre R$ 2.227,85 e R$ 13.974,20. Servidores públicos nomeados podem acumular seu salário com parte da comissão, segundo limites definidos na legislação.

Grande parte destes servidores está concentrada nos escalões mais altos do governo, e são frequentemente utilizados nas negociações entre o Executivo e os partidos de sua base de sustentação.